Colunistas - Rodolfo Bonventti

Um diretor de mais de 80 filmes

5 de Janeiro de 2015

Apaixonado por cinema, o carioca Luiz de Barros, na verdade Luiz Figueiredo Teixeira de Barros, mas também popularmente conhecido como Lulu de Barros, foi o diretor de cinema de carreira mais longa até aqui nas nossas telas tupiniquins.

Luiz de Barros
 

Uma carreira que começou em 1915, quando ele tinha 22 anos, e que só terminou em 1977, quando realizou o último filme, uma comédia no estilo das nossas pornochanchadas, chamado “Ele, Ela, Quem?”.

Lulu de Barros foi um dos maiores sucessos comerciais, como diretor, na época do cinema mudo, mas ele também foi um grande produtor, roteirista, montador e diretor de fotografia.  

Se formou em Direito e depois foi fazer artes plásticas na Europa, em especial na França, onde fez estágio nos estúdios da Gaumont. Após o sucesso com o cinema mudo, onde deixou um clássico nacional, o filme “Flagelo da Humanidade”, um documentário sobre a sífilis, Luiz de Barros foi o primeiro cineasta brasileiro a lançar um filme sonoro. Foi “Acabaram-se os Otários”, filmado em 1929.

Lulu de Barros foi um especialista em filmes baratos e populares e um grande diretor de comédias musicais. Ele se associou a Adhemar Gonzaga e à Cinédia para realizar filmes importantes da história do nosso cinema como “Samba da Vida”; “Maridinho de Luxo”; “Samba em Berlim”; “Berlim na Batucada” e “O Malandro e a Grã-Fina”.

 

A parceria Lulu de Barros e Adhemar Gonzaga foi um sucesso
 

Em sua filmografia também estão outros títulos importantes, muitos deles com ele assinando a direção e o roteiro como, por exemplo, “O Cortiço” em 1945; “Inocência” em 1949; “É Prá Casar?” em 1953 e “Vagabundos no Society” em 1962.

Ele foi o responsável por lançar no cinema, nas comédias musicais que produziu e dirigiu, grandes nomes do nosso rádio: Mário Reis, Carmen Miranda, Francisco Alves e Lamartine Babo.

Luiz de Barros morreu no Rio de Janeiro em 1981, aos 88 anos de idade, e deixou a marca de um diretor de muita produção cinematográfica, elogiado pelo público, porém bastante criticado pela mídia especializada em cinema.

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 
O cartaz do primeiro filme sonoro nacional, "Acabaram-se os Otários"
 
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