Cultura - Teatro

GRUPO ZUMB.BOYS APRESENTA UM ESPETÁCULO DE DANÇA COM B-BOYS NO CENTRO CULTURAL SÃO PAULO

3 de Dezembro de 2015

O Grupo Zumb.boys, primeiro grupo proveniente das danças urbanas a ser premiado no Fomento à Dança, se apresenta no Centro Cultural São Paulo, com um trabalho inédito na cena do breaking e hip-hop, promovendo o encontro e o diálogo com diferentes linguagens, expandindo as possibilidades de investigação corporal e corroborando com novas estruturas de pensamento criativo. Dessa forma, o grupo pretende valorizar a cultura de danças urbanas, fortalecendo a cena e elevando seu patamar de pesquisas nessa modalidade. Ótima oportunidade de conhecer o trabalho desse grupo formado exclusivamente por b-boys!

 

ESPETÁCULO DE B-BOYS NO CENTRO CULTURAL SÃO PAULO

 

Nos próximos dias, o Grupo Zumb.boys chega ao Centro Cultural São Paulo para apresentar o seu novo espetáculo chamado “O que se rouba”, finalizado após sete meses de oficinas compartilhadas, treinamento, investigação corporal e diálogos com especialistas de diferentes segmentos. Para a criação de “O que se rouba”, o grupo realizou uma pesquisa minuciosa sobre o tema “roubo” e também se permitiu ser influenciado por outras linguagens artísticas, potencializando seus experimentos para levar conceitos de danças urbanas para o palco.

 

Partindo da pesquisa sobre a movimentação urbana, e como explorar o espaço cênico tendo a cidade como referência, surgiu o desejo do grupo em se aproximar de indivíduos que tinham por escolha um comportamento especifico que fugisse dos padrões estabelecidos em sociedade: o ladrão. Refletindo sobre questões que determinam suas ações, e tomando o contexto de um infrator como fio condutor para uma investigação corporal, o grupo criou o espetáculo “Ladrão”, que estreou em 2014. Neste trabalho, o grupo compreendeu um pouco do que acontece nesse cenário, buscando pontos de vista sobre as regras de convívio social e razões que influenciam a decisão pelo roubo.

 

Contemplado pelo 17° Edital de Fomento à Dança de São Paulo, o grupo deu continuidade a sua pesquisa anterior sobre o ladrão, observando o mesmo tema, sobre uma nova perspectiva. Deparou-se com angustias e reflexões que ganharam espaço, e se tornaram necessárias como questionamentos no processo de construção da obra. Dividindo sua pesquisa em segmentos, dialogou com ladrões, policiais, sociólogos, advogados e filósofos, propondo uma reflexão sobre o que se rouba hoje em nossa sociedade, ponderando variadas possibilidades de roubos, ampliando a discussão e indo além do roubo material:

 

“A nossa intenção é expor tudo o que pode ser roubado, e não nos ater apenas aos roubos materiais. Roubos imateriais, certamente são roubos concretos e de reverberações tão “violentas” quanto qualquer outro. O grande roubo nesse caso, para nós é o roubo do possível. Quando a sociedade diz a um indivíduo onde ele precisa chegar, mas não apresenta condições e recursos para que ele possa ir, como uma educação de qualidade, hospitais, segurança pública, ela está roubando o desenvolvimento desse indivíduo. É desse roubo das possibilidades de poder construir e de poder ser, que estamos tratando. O roubo da oportunidade, da infância, da vida, dos sonhos, do direito a igualdade” – explica Márcio Greik, diretor do grupo Zumb.boys.

 

O cenário idealizado é o de uma prisão imaginária, que remete o público às várias prisões imateriais com as quais lidamos no cotidiano: “Você não está preso fisicamente, mas está preso a um modo de existir, que muitas vezes não te permite arriscar e se libertar de amarras abrigadas em demarcações invisíveis.” – complementa Márcio.

 

A correria, que no espetáculo “Ladrão” aparecia como a fuga, agora, em “O que se Rouba” é apresentada como a grande corrida para não ficar atrás, o movimento para encurtar a distância de quem sempre esteve à frente nas oportunidades.

 

Em “O que se rouba”, o grupo entrelaça os resultados de uma intensa investigação corporal, a uma sensível e abrangente reflexão sobre a sociedade contemporânea, permeando por temas como a desigualdade de oportunidades, a busca por reconhecimento, entre outros.

 

Para a realização desse projeto o grupo contou com um time de peso! O bailarino Hugo Campos, dentro do estilo House Dance, promoveu uma experimentação de movimentos em diferentes planos, tempos e intensidade, realizando um contraponto da técnica base do grupo, a dança b.boy, com um contratempo musical de ritmo e oposições de acentos de marcação. Maristela Estrela, bailarina que integrou importantes companhias de dança como a Cia. Oito Nova Dança, Cia. Perdida e Núcleo Cinematográfico de Dança, preparou o grupo com uma oficina compartilhada de dança contemporânea. A preparação de artes cênicas, foi realizada pelo ator Flavio Rodrigues dos Santos, integrante de companhias como Coletivo Negro e a Companhia dos Inventivos.

 

A composição da trilha sonora é de Ana Fridman, compositora e pianista de formação erudita e popular, que trabalhou por oito anos com o bailarino e coreógrafo Ivaldo Bertazzo, tem trabalhos com o grupo Barbatuques, entre outros renomados grupos.

 

Quem assina o figurino é João Pimenta, estilista com desfiles na Casa de CriadoresSão Paulo Fashion Week, que trabalha com a desconstrução da roupa masculina, através de pesquisas históricas e explorando diversos tipos de tecido. Com um currículo extenso de figurinos, já trabalhou com o Balé da Cidade, banda indie Bonde do Rolê, rapper Emicida, entre outros.   

 

O projeto contou com a colaboração artística de Ana Teixeira, consultora de dança Contemporânea do SESC TV, pesquisadora daEnciclopédia Itaú Cultural de Dança e atuou como bailarina em companhias como Balé da Cidade de São Paulo e Staats Theatre de Kassel, na Alemanha.

 

O Grupo Zumb.boys, primeiro grupo proveniente das danças urbanas a ser premiado no Fomento à Dança, apresenta um trabalho inédito na cena do breaking e hip-hop, promovendo o encontro e o diálogo com diferentes linguagens lapidando o espetáculo, expandindo as possibilidades de investigação corporal e corroborando com novas estruturas de pensamento criativo. Dessa forma, o grupo pretende valorizar a cultura de danças urbanas, fortalecendo a cena e elevando seu patamar de pesquisas nessa modalidade.

 

“O que se rouba” estreou em 23 de outubro, no Teatro Flávio Império, realizou apresentações no Teatro Alfredo Mesquita e agora chega a um dos berços da dança em São Paulo: o Centro Cultural São Paulo, que atualmente serve de palco e espaço de ensaios de diversos grupos de dança da cidade. As apresentações acontecem nos dias 08, 09 e 10 de dezembro, e o grupo convida toda a população para conhecer esse novo trabalho.

 

Para conhecer mais sobre o trabalho do grupo, acesse a página Grupo Zumb.boys no facebook e o site www.zumbboys.com

 

 

A HISTÓRIA DOS ZUMB.BOYS

Grupo Zumb.Boys surgiu em 2007, com a proposta do diretor Márcio Greyk de criar uma linha de pesquisa nas danças urbanas, transformando a ideia de ser uma dança apresentável apenas nas ruas, para ser levada aos palcos, através de uma estrutura de pesquisa, produção e criação.

 

O grupo traz em sua formação os bailarinos Márcio Greyk, Danilo Nonato, David Xavinho, Guilherme Ferreira e Vinicios Silva Costa, que possuem diferentes históricos na dança contemporânea, participando inclusive do processo criativo de importantes companhias comoOMSTRAB, Cia. de Dança, Teatro Ivaldo Bertazzo e entre outros.

 

Já no ano de nascimento ganhou o Campeonato de Dança de Rua Festival Livre Movimento e o Campeonato B.boys Connection, além de se apresentar na Galeria Olido - M.U.Dança Intercâmbio Brasil e Estados Unidos e Memorial da América Latina - Quatro Cantos do Hip Hop.

 

A partir de 2008, o grupo aprofundou sua pesquisa em danças urbanas, ampliando o seu foco de ação de acordo com seus experimentos e a necessidade de seguir por uma intensa investigação para expressar, comunicar e chamar a atenção para certos tipos de ações. Contemplado pelo Programa VAI – Valorização de Iniciativas Culturais, da Secretaria Municipal de Cultura de SP, criou seu primeiro espetáculo, intituladoB.E.C.O [B.boys em Construção Original], que estreou temporada na Galeria Olido, e também foi idealizador e criador do campeonatoOriginal B.Boys Style, com edições em 2008, 2009 e 2010.

 

Em 2009, realizou apresentações do espetáculo B.E.C.O [B.boys em Construção Original], na Galeria Olido, Circuito Cultural Paulista, e em diversas unidades do CEU. Foi novamente contemplado pelo mesmo Programa VAI, edital com o qual criou o “Método de ensino Zumb.boys” cujo a didática de ensino é fundamentada na pesquisa dos movimentos, nas discussões da relação entre espaço, dança e musicalidade, voltado tanto para o público iniciante quanto para o experiente, preparando os corpos para a cena, o palco e dança.

 

Em 2010, contemplado pelo ProAc – Hip Hop, da Secretaria Estadual de Cultura de SP, circulou com o “Bloco Original Dança de Rua”, projeto que realizava apresentações do espetáculo B.E.C.O., oficinas do “Método de ensino Zumb.boys” e workshop de importantes nomes das danças urbanas da capital, além de se apresentar em diversas unidades do CEU, Sala Crisantempo, Centro Cultural São Paulo, Virada Cultural Paulista Festival ABCDança.

 

Da necessidade de maior interação com o público, em 2012, em uma produção independente, os Zumb.boys estrearam “Dança por Correio”, seu primeiro espetáculo de intervenção urbana, com caráter performático. Nesse mesmo ano, se apresentou na Galeria Olido, Mostra Tudo Pra Rua (mostra de dança em espaço urbano), SESC Taubaté e diversas unidades do CEU. No ano seguinte integrou novamente o Circuito Cultural Paulista e o Festival ABCDança 2013.

 

Em 2014, em outra produção independente, o grupo criou o espetáculo “Ladrão”, e realizou então um processo de imersão nas regiões periféricas da cidade, indo de Ermelino Matarazzo, passando por Jardim Danfer, até a Cidade Tiradentes. Neste ano,  integrou o Circuito Cultural Paulista com os espetáculos “Dança por Correio” e “Ladrão”, este último apresentado também no SESC Taubaté.

 

Convidado pelo Grupo Esparrama, famoso por realizar intervenções na janela de um apartamento em frente ao Minhocão, em 2015, participou da ação Esparrama Amigos pela Janela. Como um dos convidados especiais, adaptou um de seus espetáculos e esparramou sua arte pela janela do Esparrama. A intervenção chamada “Dança por Correio em: A Casa do Carteiro” reuniu cerca de 300 pessoas no Minhocão, que interagiram e se divertiram com os carteiros dançarinos.

 

Agora, contemplado pelo 17° Edital de Fomento à Dança de São Paulo, o Grupo Zumb.boys intensificou a sua pesquisa em danças urbanas e dando continuidade à pesquisa do espetáculo “Ladrão”,  convidou artistas de outras áreas da dança e outras linguagens como teatro e música, para participar do processo criativo do espetáculo “O que se rouba”, que estreou no dia 23 de outubro, no Teatro Flávio Império, realizou apresentações no Teatro Alfredo Mesquita, e agora chega ao Centro Cultural São Paulo, cenário importantíssimo para as danças urbanas na cidade de São Paulo.

 

SINOPSE

“O QUE SE ROUBA” expõe questionamentos e reflexões do grupo, a partir do entendimento do que pode ser roubado, e não apenas dos roubos materiais. Roubos imateriais, certamente são roubos concretos e de reverberações tão “violentas” quanto qualquer outro. O grande roubo nesse caso, para o grupo, é o roubo do possível,quando a sociedade diz a um indivíduo onde ele precisa chegar, mas não apresenta condições e recursos para que ele possa ir. O roubo da oportunidade, da infância, da vida, dos sonhos, do direito à igualdade, do desenvolvimento do indivíduo. É desse roubo das possibilidades de poder construir e de poder ser, que o espetáculo trata.

O Grupo Zumb.boys, que realizou seu trabalho anterior sobre a ótica do infrator, do ladrão, agora deseja analisar o mesmo tema, a partir de uma diferente perspectiva.

Duração: 45 min  - Ingressos gratuitos - Recomendação livre

QUANDO08, 09 e 10 de dezembro – Terça-feira e quarta-feira às 21h00 / Quinta-feira às 19h00

Centro Cultural São Paulo - Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso, São Paulo - SP, 01504-000

 

FICHA TÉCNICA

Direção Geral: Márcio Greyk

Ensaiadora: Silvana de Jesus

Intérpretes Criadores: Danilo Nonato, David Xavinho, Márcio Greyk, Guilherme Ferreira e Vinicios Silva Costa

Colaborador no processo coreográfico: Eddy Guedes

Colaboração Artística: Ana Teixeira

Professores de Técnicas: Flávio Rodrigues, Hugo Campos e Maristela Estrela

Trilha sonora: Ana Fridman

Figurino: João Pimenta

Sonoplasta: Alex Araújo

Desenho de Luz: Alexandre Zullu

Iluminador: Renato Lopes

Cenografia: Benedito Nunes, Clibio Fernando, Márcio Greyk e Kelson Barros

Design Gráfico: Juliana Santos

Fotos: Mari Turco e Kelson Barros

Assessora de Imprensa: Luciana Gandelini

Produção: Cazumbá Produções Artísticas

Produção Geral: Kelson Barros

 

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