Colunistas - Rodolfo Bonventti

O polêmico ator e produtor dos anos 70

18 de Agosto de 2017

 

Ele nasceu Carlos Eduardo da Corte Imperial na pequena cidade capixaba de Cachoeiro do Itapemirim, e se transformou em um dos principais nomes do show business nacional a partir do início dos anos 70 como o irreverente e polêmico Carlos Imperial.

 

Imperial se mudou para o Rio de Janeiro com apenas 7 anos de idade, e na década de 50, morando em Copacabana, se tornou muito conhecido por saber tudo sobre música popular brasileira e ser um grande colecionador de discos importados.

 

Sempre destacado como um cara simpático e gozador, Carlos Imperial formou um grupo de amigos que gravitavam em torno do rock brasileiro no final dos anos 50 e começo dos anos 60, entre eles os cantores Jorge Ben, Tim Maia, Wilson Simonal e o comediante Agildo Ribeiro.

 

No início da década de 60 ele criou o Clube do Rock e fez parte do grupo musical Os Terríveis. Também teve participação ativa no movimento Bossa Nova e produziu pela gravadora Polydor, o primeiro disco de 78 rotações de Roberto Carlos, que ele apadrinhou de “o príncipe da bossa nova”. O disco não deu certo, mas eles insistiram e Roberto Carlos se destacou dois anos depois gravando para a Columbia o LP “Louco Por Você”.

 

Além de Roberto Carlos, Imperial também foi o responsável pelo lançamento de grandes cantores como Tim Maia, Wilson Simonal, Elis Regina e Clara Nunes. Também foi um nome importante no movimento da Jovem Guarda, onde ao lado de Eduardo Araújo compôs sucessos como “O Bom” e “A Praça”, entre muitos outros.

 

Nos anos 70, Carlos Imperial se tornou ator, produtor de cinema e apresentador de televisão e marcou sua carreira pelas várias polêmicas que provocou e por adotar um estilo de vida irreverente e por trocar de namorada com muita freqüência. Nascia assim o ”Rei da Pilantragem”, como ele mesmo se definia.

 

Como produtor de TV ele começou na TV Excelsior produzindo “O Bom”, apresentado por Eduardo Araújo e depois teve programas na TV Tupi do Rio de Janeiro, onde fez “Barra Limpa” e na TV Rio. Também passou pela TV Globo onde dirigiu o programa “Alô Brasil, Aquele Abraço” e fez sucesso como jurado nos programas de Flávio Cavalcanti na TV Tupi e de Silvio Santos na TV Globo.

 

Participou da última fase da TV Tupi com o “Programa Carlos Imperial”, apresentado nas noites de sábado. No cinema, como ator, diretor ou produtor marcou presença em pornochanchadas de sucesso como “A Viúva Virgem”; “Um Edifício Chamado 200” e “Banana Mecânica”, entre outros.

 

Já na década de 80 resolveu investir também na política e foi eleito vereador na cidade do Rio de Janeiro com uma expressiva votação, pelo PDT. Foi membro da Comissão de Carnaval e um dos responsáveis por acompanhar as obras do Sambódromo da capital carioca.

 

Irreverente sempre, mas também muito competente nas áreas em que investiu, Carlos Imperial teve muitos problemas com a Censura Federal tanto na área musical como no cinema e no teatro. Ele se casou oficialmente três vezes e teve dois filhos, mas teve uma relação enorme de namoradas, a maior parte delas do meio artístico.

 

Carlos Imperial nos deixou com apenas 56 anos de idade, vitimado por uma miastenia grave desencadeada após uma cirurgia de lipoaspiração, no Rio de Janeiro, em novembro de 1992.

 

Foto 1 - Carlos Imperial criou o Clube do Rock no início da década de 60

Foto 2 - Imperial e Roberto Carlos que ele lançou como cantor em um disco de 78 rotações

Foto 3 - Ele foi um nome importante no movimento da Jovem Guarda

Foto 4 - Com Adriana Prieto em cena de A Viúva Virgem de 1972

Foto 5 - No cinema em Banana Mecânica, onde atuou e produziu

Foto 6 - Ele foi sempre muito irreverente e gostava de uma polêmica

Foto 7 - Carlos Imperial era conhecido como O Rei da Pilantragem

 

  

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