Colunistas - Rodolfo Bonventti

Eterna Memória: Mussum - Sambista e humorista de primeira

22 de Agosto de 2019

Ele nasceu no morro de Cachoeirinha, em Lins de Vasconcelos, no Rio de Janeiro. De família pobre, a mãe era empregada doméstica e analfabeta, Antonio Carlos Bernardes Gomes deu a volta por cima e se transformou no humorista, ator e sambista Mussum.

Estudou e se formou ajudante de mecânico, em 1957, pelo Instituto Profissional Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro. Foi trabalhar como mecânico na Zona Norte do Rio até se alistar e ingressar na Força Aérea Brasileira, onde ficou durante oito anos como cabo. Nessa mesma época, início dos anos 1960, começou a tocar reco-reco no grupo musical Os Modernos do Samba e não parou mais a sua carreira artística.

Antonio Carlos, o Mussum, picado pela mosca do samba, se torna ao mesmo tempo sambista, como integrante do premiado grupo Os Originais do Samba e humorista, ao participar dos primeiros programas de humor da TV Globo.

Mussum e os Orginais do Samba na década de 1970
 

O apelido de Mussum, que se transformou no seu nome artístico teria vindo do ator Grande Otelo que admirava a maneira como ele saía de situações embaraçosas.  Mussum é na verdade o nome de um peixe que tem uma pele bastante escorregadia. Em 1970, Mussum e Os Originais do Samba chegam as paradas de sucesso com as músicas “O Assassinato do Camarão” e “A Dona do Primeiro Andar”. E com esses e outros sucessos musicais, ele começou a se destacar no grupo pelas micagens e caretas que fazia.

Mussum com Os Originais do Samba
 

Foi em 1973 que veio o convite de Renato Aragão para que ele participasse do programa “Os Trapalhões”, um grande sucesso na programação da TV Globo. Deu certo e ele formou um trio inesquecível com Renato e Dedé Santana. Logo depois o grupo se transformava em um quarteto com a entrada de Mauro Gonçalves, o Zacarias. A atuação escrachada e cheia de palavras e termos inusitados marcou a carreira de Mussum, que passou a ser admirado pelos adultos e seguido pelas crianças que o imitavam nos seus termos terminados sempre com is. Ele imortalizou palavras e expressões como “forevis”, “cacildes”, “passadis” ou “pretis”.

Mussum com Dedé Santana e Renato Aragão
 
Mussum e os Trapalhões no cinema
 

Com a morte prematura de Zacarias em março de 1990, o quarteto que já havia participado de mais de 20 filmes, todos grandes sucessos de bilheteria, voltou a ser um trio e teve um baque ainda maior quando Mussum faleceu em 29 de julho de 1994, na capital paulista, vitimado por complicações após um transplante de coração.  

Mussum no cinema com Os Trapalhões
 

Ele se casou várias vezes e teve cinco filhos, um deles o hoje ator Mussunzinho, que tinha apenas um ano quando o pai faleceu. Em sua homenagem, em 2014, nos 20 anos de sua morte, foi lançado o livro “Mussum forévis – Samba e Trapalhões”, escrito pelo jornalista Juliano Barreto.

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