Cultura - Educação

Epidemia de Mentiras: Como a onda de fakenews descredibiliza a ciência?

30 de Abril de 2020

Autor do livro ‘Fake News - A liberdade de expressão nas redes sociais na Sociedade da Informação’ explica porque as pessoas refutam a ciência e desconstroem narrativas que contradizem suas ideologias

É FakeNews ou Fato? Depende do que agrada mais as nossas expectativas. A verdade é que desde o início da pandemia e do confinamento, circulam informações e vídeos quase sempre retratando as formas de contágio do novo coronavírus, como prevenir e, até mesmo, fórmulas caseiras para curar a doença.  

Um verdadeiro laboratório de fake news que se espalha com uma rapidez absurda e acaba validando o discurso dos que defendem o isolamento vertical e a interrupção da quarentena. De acordo com o escritor André Faustino que também é mestre em Direito na Sociedade da Informação, a disseminação desse tipo de fake news é fruto de dois comportamentos comuns: a constância de conformidade e a relativização da ciência.

“Se compartilharam comigo, deve ser verdadeiro. É dessa forma que os disseminadores das fake news pensam. É esse mesmo indivíduo que vai legitimar a ‘verdade’ da ciência ou não, de acordo com suas crenças e ideologias” afirma o especialista.  

Criadores Fake News X Ações de combate à pandemia

Na seara de desinformação, grupos negacionistas da pandemia de Covid 19 aproveitam para distorcer dados e desqualificar pesquisas científicas. Geralmente o fazem para inflamar o embate saúde X economia. 

Embora autoridades como o novo ministro da saúde Nelson Teich, rejeite essa polarização e reforce que ambos são complementares, há fake news que defendem um lado ou outro induzindo o indivíduo a assumir uma posição. Essa movimentação só atrapalha o trabalho das autoridades no combate à pandemia, aumenta o pânico e provoca o embate de ideologias. 

“A relação com a ideia de verdade, uma verdade absoluta, científica, é colocada em xeque no mundo da pós-verdade. Já vivemos isso antes, como o caso das pílulas contra o câncer (fosfoetanolamina) onde a ciência atestava que era inócuo, efeito placebo, além das das vacinas para sarampo, gripe, etc que até hoje as pessoas afirmam não servirem de nada. Logo,  as "verdades"absolutas que a humanidade criou através do pensamento, através da ciência, através do conhecimento são postas a prova, o homem pós-moderno não cria nada, apenas evidencia os cacos da modernidade, os pedaços dessa desconstrução,” conclui Faustino. 

Mais Informações: http://bit.ly/33S6rdS

Sobre André Faustino: 

É Consultor e Advogado. Doutorando em Direito pela FADISP. Mestre em Direito na Sociedade da Informação pela FMU. Especialista em Direito Imobiliário pela FMU. Especialista em Direito Civil pela FMU. Especialista em Direito Digital Aplicado pela FGV/ SP. Extensão em Compliance e Lei Anticorrupção pela FAAP. Extensão em Compliance pela AASP. Extensão em Direito Digital pela FAAP. Bacharel em Direito pela FMU. Bacharel em Música pela FAMOSP. Desenvolve pesquisa na área do Direito e da Sociologia voltadas para a liberdade de expressão, redes sociais e uso dos algoritmos.

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