Milton Ribeiro em O Cangaceiro |
O mineiro Milton de Souza Ribeiro nasceu em uma pequena cidade no interior do estado de Minas Gerais em 1919, e com pouco mais de 20 anos resolveu tentar a vida em São Paulo.
O início da carreira foi como cantor na Rádio Cruzeiro do Sul, mas em 1944 começou como ator nas rádios Tupi e Difusora. Tinha uma voz grave que o ajudava nas composições dos personagens nas radionovelas e assim ele foi marcando presença em várias delas.
No início da década de 1950, Milton Ribeiro começou a filmar nos estúdios Vera Cruz e participou de teleteatros na TV Tupi. O primeiro filme foi “Angela”, em 1951, mas o seu rosto queimado de sol e os cabelos encaracolados o transformaram logo no ator ideal para fazer papéis de nordestinos, em especial, de cangaceiros.
Foi assim que em 1953 ele foi escolhido para interpretar Galdino, um cangaceiro inspirado no célebre Lampião, no filme “O Cangaceiro” de Lima Barreto, que acabou se constituindo no maior êxito de bilheteria, prêmios e críticas da extinta Vera Cruz.
Milton Ribeiro com Alberto Ruschel em O Cangaceiro |
Os vários prêmios, entre eles o do Festival de Cannes como melhor filme, e a boa bilheteria do filme transformaram Milton Ribeiro em uma personalidade artística, e os convites para fazer cinema não faltaram a partir daí. Mas os seus personagens tinham apenas duas características: ou eram o vilão, o eterno homem mau do filme ou um cangaceiro.
E foi assim que se seguiram “Arara Vermelha”; “A Morte Comanda o Cangaço”; “O Cabeleira”; “Lampião, o Rei do Cangaço”; “O Diabo de Vila Velha”; “Corisco, o Diabo Loiro”; “Se o Meu Dólar Falasse” e “Meu Nome é Lampião”.
Milton Ribeiro em A Morte Comanda o Cangaço |
Um ataque cardíaco aos 52 anos, encerrou a carreira de sucesso de Milton Ribeiro, principalmente no cinema, em março de 1972. Ele faleceu no Hospital São Camilo, na capital paulista.