Colunistas - Rodolfo Bonventti

Ivon Curi – (05/06/1928 – 24/06/1995): Um cantor que marcou época nas chanchadas

3 de Julho de 2020

O mineiro Ivon Curi era de uma família de profissionais do rádio e da TV. Seus irmãos foram o locutor esportivo Jorge Curi e o locutor de Televisão, Alberto Curi.

A carreira de Ivon Curi começou em 1947, aos 19 anos, no Rio de Janeiro, como crooner da orquestra do maestro Zaccarias no Copacabana Palace.  Um ano depois ele já estava apresentando o programa “Ritmos da Panair” na Rádio Nacional e gravava seu primeiro disco, um 78 rpm com o samba "Adeus" de Dorival Caymmi.

Em 1949 gravou seu primeiro grande sucesso, “Me Leva”, um baião ao lado da cantora Carmélia Alves, composição de Hervê Cordovil. Em 1950 ele estava ao lado de Hebe Camargo nos primeiros programas musicais da televisão brasileira.

Como cantor e também como ator e humorista, Ivon Curi foi uma presença constante nas chanchadas brasileiras produzidas nos anos 1950 pela Atlântida, no Rio de Janeiro. Participou de “Aviso aos Navegantes”; “Aí Vem o Barão”; “É Fogo na Roupa”; “Barnabé, tu és meu”; “O Petróleo é Nosso”; “Vamos com Calma”; “Sai de Baixo”; “Guerra ao Samba” e “Depois eu Conto”.

Em 1955, já muito conhecido em todo o Brasil como cantor e ator, Ivon Curi inicia sua carreira internacional, se apresentando primeiro no Uruguai e depois na Argentina, cantando músicas brasileiras e internacionais, tanto em inglês como em francês.

Em 1960 aceitou interpretar, ao lado da cantora Elizeth Cardoso, um jingle para a campanha de vice-presidente do gaúcho João Goulart. Nessa época, era um dos cantores mais populares da Rádio Nacional e do cinema brasileiro.

Depois de se apresentar como cantor em vários programas musicais da televisão, Ivon Curi recebeu um convite interessante: ser ator e, principalmente humorista, no programa “Os Adoráveis Trapalhões” da TV Excelsior, canal 9 de São Paulo, ao lado de Renato Aragão, Ted Boy Marino e Wanderley Cardoso. O programa durou dois anos e foi um enorme sucesso.

Ivon Curi voltaria para a TV como ator em 1979, quando participou da novela “Feijão Maravilha” da TV Globo, cujo enredo central homenageava os tempos das chanchadas brasileiras.

Em 1982 ele foi fazer parte do elenco fixo do programa “Chico Anysio Show” da TV Globo e também nessa década marcou presença no cinema em fitas como “As Sete Vampiras” e “O Escorpião Escarlate”, ambos dirigidos por Ivan Cardoso.

A última participação de Ivon Curi na televisão foi vivendo o divertido gaúcho Gaudêncio no humorístico “Escolinha do Professor Raimundo” na TV Globo em 1991/1992.

Ele morreu no Rio de Janeiro, aos 67 anos de idade, devido a uma insuficiência respiratória, deixando a mulher Ivone e quatro filhos, além de uma carreira marcada pela música e pelo bom humor.

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