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O desafio da integração de mídias

15 de Outubro de 2013

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Durante a manhã e início da tarde desta segunda-feira, 14/10, mais de 500 radiodifusores de todo o Estado, juntamente com autoridades nacionais, estiveram presentes nas palestras do 22º Congresso Gaúcho de Rádio e Televisão da Agert, que teve como tema central "Capacitando pessoas, Integrando Mídias". Uma das palestrantes do dia foi Martha Gabriel - um dos mais influentes nomes do marketing de relacionamento na era digital – que afirmou que o bem mais valioso do futuro será a atenção e para isso é preciso ser relevante.

Segundo ela, vivemos o momento da internet "das coisas", em que "tudo conversa com tudo": Casa, carro, internet. São os produtos smarts. "No futuro até o vaso sanitário será smart. E quem catalisa tudo isso, é a tecnologia. É preciso estar preparado", alertou. Neste cenário, diz Martha, as pessoas têm a vida fragmentada, sendo cada vez mais difícil saber onde elas estão. "79% das pessoas são impactadas com as mídias tradicionais, mas buscam na internet e nas redes sociais, mais informações sobre aquela notícia. Se você não estiver integrado com essa mídia, você perdeu o elo com o consumidor e é capaz de mandá-lo para o concorrente". Ela complementa: "hoje são as pessoas que buscam as empresas e é preciso ser encontrado. A intermediação está morrendo porque as pessoas vão direto à fonte".

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para ela, o digital sabe o que a pessoa quer, mas quanto mais informação, menos atenção. "É o fenômeno da economia de atenção", diz. Por isso, segundo Martha, o bem mais valioso do futuro é a atenção e não a audiência. E a melhor maneira de ganhar a atenção é sendo relevante. "A relevância é o imã da atenção. Se você não é relevante, você é ruído e ruído atrapalha", adverte.

O presidente do conselho de administração do Grupo Vonpar e da Vonpar S.A., Ricardo Vontobel também esteve palestrando e alertou os radiodifusores para a necessidade de lidar com as dificuldades e buscar relacionamento dinâmico com os consumidores com a palestra que trouxe o tema "Copa do Mundo, Mídia Social e Oportunidades".

"Há dois anos era possível ser otimista quanto ao crescimento do país, mas este ano está bem difícil e 2014 promete ser ainda pior do ponto de vista do desenvolvimento". O fato é que o país não recebeu os investimentos necessários para a demanda que tem no momento e vai receber um evento de grande magnitude. "Precisamos nos preparar", alertou Vontobel.

Ao destacar as oportunidades, frisou a importância de as empresas buscarem alternativas diante de desafios como a Copa do Mundo, um evento que envolverá toda a nação. "Temos 200 milhões de consumidores e um grande potencial, mas os problemas de infraestrutura dificultam nosso crescimento", lamentou. "A boa notícia é que o Brasil continua sendo um lugar de muitas oportunidades, basta estar preparado para aproveitá-las", finalizou.

No início da tarde, o diretor de rádios do Grupo RBS, MBA em Inovação, Empreendedorismo, Gestão e Liderança, pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, no EUA, Gabriel Roberto Casara, que falou sobre "A internet virou rádio transformando ameaças em novas receitas". Casara ressaltou que as rádios de internet se compõe como soluções muito atrativas para os clientes das rádios tradicionais. E essa tendência vem crescendo e é a plataforma que mais cresce hoje.

"Esses players, das novas plataformas, são diferentes daqueles que estamos acostumados. Eles não são players como os de rádios tradicionais. Não contratam comunicadores ou jornalistas para fazerem suas programações, mas sim, contratam programadores e engenheiros da computação para desenvolverem plataformas", explica Casara. Segundo o comunicador, são desenvolvedores de plataformas que hoje estão levando o dinheiro do anunciante já que entraram na competição do mercado. "Nosso dinheiro vem da venda do anunciante. As webradios desenvolvem plataformas inteligentes que oferecem áudio e música a qualquer hora e em qualquer lugar, customizada à exigência e ao gosto do usuário. "Esses players fazem uma rádio diferente do que nós fazemos e elas vão se tornar realidade no nosso mercado". Casara alerta que os desenvolvedores de plataforma estão levando o dinheiro do anunciante da rádio tradicional para o meio digital. "Estamos competindo com blogs e redes sociais, porque nosso dinheiro vem da venda de anúncio de espaços publicitários. O player entra no jogo e se torna concorrente, pois está buscando a mesma verba para o digital. Entretanto, ele não gera conteúdo, mas sim plataforma". Por isso, ressalta que o rádio precisa produzir mais conteúdo, porque não tem mais espaço de tempo na grade. É necessário inovar, transcender para a internet e explorar o texto, áudio e imagem.

Também esteve no evento o secretario de Comunicação e Inclusão Digital do Estado, João Ferrer, participou do evento e destacou que o governo quer aprofundar as relações com as emissoras do interior. "Somos um governo que valoriza muito o rádio, em especial as emissoras do interior, porque entendemos que elas estabelecem vínculos orgânicos com suas comunidades", destacou Ferrer.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Por fim, o jornalista e escritor Luiz Ferraretto abordou os cenários para o rádio no século XXI e destacou a importância de pensar novos formatos de conteúdo para o meio. "O mercado tem sabido formatar conteúdo ou vai apenas pouco além da segmentação?". Esse foi um dos questionamentos mais marcantes apresentados pelo jornalista Luiz Artur Ferraretto durante palestra na tarde desta segunda-feira, 14/10, no 22º Congresso da Agert. Ferraretto é doutor em Comunicação e professor da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e falou sobre cenários para o rádio no século XXI.

Para Ferraretto, as redes sociais agregam, mas não capazes de solucionar problemas como a geração de conteúdo atraente aos ouvintes. "É preciso pensar conteúdo, pois só assim podemos pensar o futuro do rádio", defende. Ele exemplificou que durante os protestos de junho, não foi a TV ou as redes que transmitiram informações em tempo real de maneira mais eficiente. Para o jornalista, o rádio é o meio que faz contato direto: "o rádio fala e as redes potencializam".

Segue abaixo a programação de amanhã (15/10)

DIA: 15/10/13 – TERÇA-FEIRA

· 09h - Debate: Combate à ilegalidade na Radiodifusão

· 11h – Painel: A digitalização do rádio e utilização dos canais 5 e 6

· 14h - Palestra - Thedy Corrêa - Workshow- Faça sua equipe de Rádio e TV dar um show

· 15h30 – Jorge Neiman – Recarregando as baterias

· 17h – Palestra: Eduardo Moreira - O Encantador de vidas

· 20h – Posse Nova Diretoria

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