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Alergia ou Covid? Pediatra ensina a diferenciar doenças respiratórias

5 de Abril de 2021

Por conta da pandemia de Covid-19, qualquer espirro ou sinal de problema respiratório causa dúvidas e até pânico nas famílias. Como distinguir uma gripe ou alergia desta doença tão perigosa, que tem assolado o mundo?

A pediatra Dra. Flávia Oliveira, da SBP, conta que, é importante ressaltar que é preciso a avaliação médica para fazer o correto diagnóstico e indicação de conduta a ser adotada em cada caso, seja gripe, resfriado, rinite, Covid-19 ou bronquiolite.

Dra. Flavia Oliveira Pediatra e Neonatologista
Clínica MEDPRIMUS

"Infelizmente a maioria dos casos de doenças respiratórias têm seu início muito parecido, o que ressalta ainda mais a necessidade de acompanhamento e afastamento da criança de suas atividades habituais", diz a médica.

Confira, a seguir, algumas características de cada enfermidade e, em caso de dúvidas, sempre é fundamental consultar o médico de confiança:

GRIPE: causada pelo vírus Influenza, tem início que costuma ser súbito, acompanhado de febre e sintomas generalizados, como dor no corpo e mal-estar. Pode vir acompanhada de dor de garganta, tosse e coriza e pode evoluir para quadros de insuficiência respiratória.

RESFRIADO: causado por vírus como rinovírus, adenovírus, coronavírus. "Aliás, a família do coronavírus é a segunda maior causa de resfriados, o que pode explicar em parte o fato das crianças estarem apresentando quadros mais leves e assintomáticos em 90% dos casos, devido à imunidade cruzada", conta Dra. Flávia. Quadro mais insidioso, com pouco comprometimento do estado geral e mais sintomas respiratórios como coriza, congestão nasal e tosse.

BRONQUIOLITE: causado por vírus, como VSR (vírus sincicial respiratório) e rinovírus. O início é parecido com resfriado, podendo evoluir para comprometimento pulmonar, resultando em broncoespasmo - chiado e, às vezes, em dificuldade para respirar.

"O quadro costuma ser mais grave em bebês menores de 1 ano e, especificamente nos menores de 6 meses, a atenção deve ser maior. Uma característica importante é que no terceiro dia de evolução ocorre piora do quadro."

COVID- 19: os sintomas são inespecíficos, como febre, tosse, dor de garganta. Algumas crianças apresentam dor abdominal e diarreia. Diferente dos adultos que relatam perda de olfato e paladar, em crianças, principalmente as menores, esse dado fica mais restrito. "Em torno de 90% dos casos são leves ou assintomáticos. Os 10% restantes acometem mais crianças com alguma doença de base ou os menores de 1 ano. A obesidade, assim como nos adultos, também é um dos principais fatores de risco para complicações", orienta a pediatra.

RINITE: quadro alérgico com fatores desencadeantes de acordo com cada paciente, como poeira, mudanças climáticas e contato com animais. Não tem febre ou comprometimento do estado geral.

SINUSITE: quadro infeccioso que pode ser viral ou bacteriano. Costuma ocorrer após quadro arrastado de resfriado ou de uma crise mais importante de rinite. Dentre os sintomas, temos tosse por períodos prolongados, principalmente à noite, onde ocorre gotejamento de secreção por trás da garganta, gerando irritação. A avaliação médica irá determinar a necessidade ou não de uso de antibióticos.

Sobre a Dra. Flavia Regina De Oliveira

Graduada em medicina pela Faculdade de Medicina da Fundação ABC - FMABC, fez residência médica em Pediatria Geral pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP, tem título de especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria - SBP com residência em Neonatologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP. É especialista em Neonatologia pela Sociedade Brasileira de Pediatria - SBP e pós-graduada em Perinatologia pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein - HIAE.

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