Viver - Saúde

Brasil possui maior número de dentista do mundo, mas população ainda carece de cuidados

27 de Maio de 2022

Ranking internacional de qualidade educacional aponta, ainda, que três das melhores faculdade de Odontologia do mundo estão no país

Qualidade aliada à quantidade. Este é o ideal almejado por qualquer profissional, empresa ou segmento de mercado. Pois esta é a realidade do mercado de odontologia no Brasil. De acordo com dados do Conselho Federal de Odontologia (CFO), o Brasil possui atualmente 372.753 cirurgiões-dentistas, ou 20% do total global de profissionais. Ou seja, um em cada cinco profissionais são brasileiros.

Considerando uma população total de 212,6 milhões, isso se traduz em 570 habitantes/cirurgião-dentista. Trata-se de uma das maiores média do mundo. “Esse número aponta para um segundo fator, a meu ver ainda mais importante. A qualidade do profissional que nossas faculdades entregam ao mercado”, analisa Dr. Roberto Cury, presidente da SINOG (Associação Brasileira de Planos Odontológicos), entidade que representa 62% do mercado em número de beneficiários.

Dr. Roberto tem razão. De acordo com a organização internacional Center for World University Rankings (CWUR), que identifica as melhores instituições de ensino do mundo em cada área do conhecimento, o Brasil possui três das 10 melhores faculdades de odontologia do mundo. Segundo o ranking, a Universidade de São Paulo (USP) é a melhor do planeta; a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) figura em quarto e a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) em quinto. A Universidade de Harvard/EUA (2º) e a Universidade de Berna/Suíça (3º) completam o Top Five.

Em busca de uma democratização do acesso à saúde bucal
Apesar de registrar um dos melhores percentuais profissional/população atendida do mundo, o brasileiro ainda carece de cuidados com sua saúde bucal. De acordo com a pesquisa “Percepções Latino-americanas sobre Perda de Dentes e Autoconfiança”, realizado pela consultoria internacional Edelman Insights, a perda de dentes é o segundo fator que mais prejudica a vida de pessoas com idade entre 45 e 70 anos na região. A pesquisa ouviu 600 pessoas na América Latina, 151 deles brasileiros, e reforça que a perda de dentes impede os entrevistados de ter um padrão de vida mais saudável e ativo. Essas estimativas também indicam que 41,5% da população chega aos 60 anos de idade com a arcada totalmente comprometida.

“Esta é uma de nossas principais batalhas: permitir que um maior número de brasileiros tenha acesso aos planos odontológicos. Atualmente o ticket médio mensal é de R$20. Apesar de baixo, sabemos que para muitas famílias é algo ainda inviável. Por isso, reivindicamos que o Poder Legislativo adote regras que diferenciem os planos odontológicos dos médico-hospitalares. Queremos, por exemplo, dar desconto por tempo de adesão. Mas com a legislação atual, somos impedidos”, reforça Dr. Cury.

Outro ponto que deve ser considerado é que, paralelamente ao trabalho desenvolvido pela SINOG, verifica-se um esforço das empresas associadas no sentido de desenvolver novos produtos com coberturas direcionadas. Isso se mostra eficaz quando se observa a criação de canais de distribuição tanto no varejo como na internet que levam a um entendimento cada vez maior desse segmento. Tal comportamento agrega às demais ações a inclusão de um número maior de beneficiários que passam a ter uma cobertura odontológica plena e de qualidade.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ibope mostram que, no Brasil, 39 milhões de pessoas utilizam prótese dentária. Além dos mais, os números indicam que 16 milhões de brasileiros vivem sem nenhum dente.

Sobre a SINOG
A SINOG, Associação Brasileira de Planos Odontológicos, foi criada em 1996 com o objetivo de atuar como agente de crescimento e aprimoramento das empresas de assistência odontológica, incluindo todas as operadoras de planos odontológicos. Em sua atuação, representa as associadas junto à ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e nos conselhos de classe (CFO -- Conselho Federal de Odontologia e CROs -- Conselhos Regionais de Odontologia), colabora no desenvolvimento técnico-científico da categoria, define padrões mínimos de qualidade e de gestão, divulga e amplia o conceito de plano odontológico como agente facilitador do acesso à assistência de saúde bucal da população, promove a integração das empresas junto à classe odontológica e continua atuando como sindicato patronal, representando as operadoras de Odontologia de Grupo em todo o Brasil nas negociações coletivas, realizando assembleias gerais para a discussão e debate das pautas de reivindicações apresentadas pelos diversos sindicatos profissionais. Atualmente a Entidade representa mais de 60% do mercado em número de beneficiários.

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