Cultura - Teatro

Christiane Jatahy apresenta o espetáculo “A Hora do Lobo” no Sesc Consolação, a partir do dia 22/09

18 de Setembro de 2023

Inédita no país e sucesso no exterior, a peça propõe um debate com o filme Dogville, de Lars von Trier

A mais internacional das diretoras teatrais brasileiras na atualidade, Christiane Jatahy volta ao país – após cinco anos trabalhando na Europa – com o espetáculo “A Hora do Lobo”, em cartaz de 22 de setembro a 15 de outubro no Sesc Consolação. Grande sucesso de crítica e público no velho continente, a montagem se apropria da narrativa e das temáticas do longa-metragem Dogville (2003), de Lars Von Trier, para criar um diálogo com o filme, traçando um paralelo com o avanço da extrema direita, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. “A Hora do Lobo” é a primeira parte do projeto batizado pela dramaturga de “Trilogia do Horror”, peças criadas entre os anos de 2020 e 2022 que buscam dissecar algumas das estruturas endêmicas, políticas e sociais que levaram a sociedade a caminhar na borda do abismo.

“A trilogia surgiu porque se tornou urgente e necessário, para mim como artista, criar obras que fossem atravessadas pelo horror que eu estava sentindo e que estávamos vivendo durante os quatro anos do governo anterior.  Não só no sentido de denúncia, mas também como uma reflexão sobre as estruturas que nos permitiram, enquanto sociedade, cair mais uma vez num regime de extrema direita, democraticamente eleito, trinta anos depois do fim da ditadura militar”, revela Christiane Jatahy, a primeira e única brasileira a conquistar o Leão de Ouro na Bienal de Veneza (2022) pelo conjunto de sua obra.

De acordo com a criadora, quando se pôs em risco a democracia e os direitos humanos no Brasil, ficou claro que sua arte – uma contínua exploração das fronteiras entre cinema e teatro, ficção e realidade, inércia e necessidade de mudança – faria parte das lutas que precisavam ser travadas. Nos últimos dez anos, mesmo trabalhando extensamente por toda a Europa, a grande maioria das produções da diretora têm alguma conexão com o seu país de nascença.  

“Quando as pessoas me perguntam ‘onde é sua casa?’, eu sempre falo que é o Brasil. Eu moro no Brasil e o Brasil mora em mim. E isso se reflete em tudo que eu faço, não só porque são as minhas raízes, mas também porque é o que me move como artista. Eu diria que noventa por cento dos trabalhos que eu faço aqui na Europa têm relação com o Brasil, tanto tematicamente como estruturalmente, porque muitos dos meus colaboradores artísticos, técnicos, atores e atrizes são brasileiros. Teatro não se faz sozinho, a minha linguagem e a minha pesquisa são traçadas por muitas mãos e muitos encontros”, conta a diretora, que vive atualmente entre Paris e Rio de Janeiro.

Diferentemente do argumento do longa do cineasta dinamarquês, Graça, a personagem principal, é uma imigrante brasileira – interpretada por Julia Bernat, atriz e colaboradora recorrente nas montagens da encenadora ao longo de sua trajetória – que foge para a Europa motivada pelo cenário de intolerância que assola o país. No original, a protagonista vivida por Nicole Kidman é uma mulher perseguida por criminosos que busca refúgio na pequena cidade de Dogville e cuja permanência está condicionada à execução de duras tarefas para os seus moradores.

“Dogville me mobilizou muito quando o assisti. O filme me repulsa e me impressiona. É sobre a semente do mal que nasce do capitalismo e da exploração do outro até a desumanização”, analisa.

Na releitura de Jatahy, os personagens querem finalmente se assumir como uma sociedade mais equânime, que aceita o estrangeiro e aquilo que lhes é desconhecido. Então, se propõem a experiência – na qual Graça embarca – de refazer o filme ao vivo para provarem a si mesmos – e aos outros – que são capazes de se redimir dos erros de outrora.

O filme começa a ser invadido pelos fantasmas do passado e a investida vai se transformando em um laboratório humano, onde os personagens – ao seguirem o roteiro, a única coisa que têm como trilho – percebem estar repetindo os mesmos desvios. Criado na Comédie de Genève com um elenco misto de atores franceses, suíços e brasileiros, “A Hora do Lobo” trata do fascismo que se apresenta inicialmente de forma imperceptível até tornar-se público e inexorável.

“É um reflexo do que aconteceu com o Brasil, mas que também está acontecendo em várias partes do mundo. O espetáculo é também sobre como o fascismo pode nascer nas relações familiares, intimas, entre pessoas próximas, e ir se espalhando até não poder ser mais contido”, reflete.

Marca registrada da diretora, a fusão do teatro com cinema nas suas produções é, mais uma vez, uma das forças motrizes do espetáculo que estreou no Festival de Avignon, em junho de 2021.

“Há muitos anos eu faço uma pesquisa da fricção entre teatro e cinema, e trabalhar com Dogville é realizar o outro lado da moeda do que Lars von Trier fez. Ele leva o jogo teatral brechtiano para o cinema, enquanto eu faço o caminho inverso, eu trabalho com a desconstrução do filme para criar a obra teatral”, conta. “Também tem uma relação de tempos na obra; no teatro o público está vendo o presente se construir, tudo está suscetível a mudanças. Existe a possibilidade de não se repetir, ao passo que o cinema é para sempre. A dramaturgia da peça também trata dessa tensão entre o passado e o presente. Entre a memória e o futuro.”

O telão é posicionado no fundo do palco e são os próprios atores que manipulam a câmera como parte da experiência do filme que realizam ao vivo. A montagem ocorre em tempo real, misturando as imagens feitas na hora com outras pré-filmadas.

“Tudo é decupado e roteirizado, mas, como no teatro trabalhamos com o inesperado, precisávamos que a edição fosse viva. A edição ao vivo é realizada pelo meu diretor de fotografia e editor, Paulo Camacho, que ao estar em cena acaba fazendo parte da ficção”, explica a diretora. “Tem uma relação com tridimensionalidade. Filmamos muita coisa no próprio espaço do cenário porque a ideia é criar uma tensão, como se fosse um pesadelo. Como é que pode esse personagem estar no cinema, se eu estou vendo o mesmo cenário e ele não está no teatro?”, provoca a diretora.

A edição ao vivo é um dispositivo muito importante no trabalho da diretora, bem como a dramaturgia do uso da câmera e das ferramentas cinematográficas.

“A pesquisa do cinema no teatro não é só sobre o uso da projeção em cena. No espetáculo ‘E se Elas Fossem para Moscou?’, por exemplo, as câmeras estão no teatro e o filme está sendo projetado no cinema. A cada espetáculo novos dispositivos dramatúrgicos e cinematográficos são pensados com o objetivo de potencializar a obra e ampliar os pontos de vista sobre a história que está sendo contada”, esclarece.

O título da versão europeia da peça é “Entre Chien et Loup”, uma expressão francesa que na tradução literal significa “entre o cão e o lobo” e representa o momento do pôr do sol, do crepúsculo, quando não se consegue discernir o animal domesticado do selvagem.

“É quando perdemos a clareza do olhar. É exatamente o que eu tento fazer com a linguagem cinematográfica na peça.” comenta Jatahy.

A Trilogia do Horror

Na sequência de “A Hora do Lobo”, a segunda peça da trilogia, “Antes que o Céu Caia” conecta “Macbeth”, de Shakespeare, com “A Queda do Céu” de Davi Kopenawa e Bruce Albert, além de se inspirar em trechos de uma reunião em abril de 2020. A montagem, criada no Schauspielhaus Zurich, em outubro de 2021, aborda a violência da masculinidade tóxica, o poder corrosivo do patriarcado e a sua agressão intrínseca contra o feminino em todas as suas emanações – mulheres, crianças e, finalmente, a natureza e a própria terra.

Criada a partir do livro “Torto Arado”, o romance aclamado de Itamar Vieira Junior, “Depois do Silêncio” conclui a trilogia. A peça interliga a ficção inquietante – narrada por meio das vozes de três mulheres no contexto da luta da sua comunidade por terra, liberdade e identidade – com “Cabra Marcado Para Morrer,” o famoso documentário de Eduardo Coutinho, que conta a história de João Pedro Teixeira, líder sindicalista rural, assassinado em 1962, e da sua companheira de luta e de vida, Elizabeth Teixeira.

As vozes autorais das atrizes Juliana França, Gal Pereira, Caju Bezerra e Lian Gaia e do músico Aduni Guedes se juntam a um documentário/ficção produzido pela diretora na Chapada Diamantina, as pessoas que inspiraram a criação do livro de Itamar e o filme de Coutinho. O espetáculo, que estreou em Viena no Festival Wiener Festwochen em 2022, é um relato íntimo de um passado ainda sem reparação que se repete nos horrores do Brasil até os dias atuais. Hoje a peça percorre a Europa e os Estados Unidos em turnê internacional.

Ópera “Nabucco”, a montagem de “Hamlet” e projetos no horizonte

Com a agenda tomada na Europa até o fim do primeiro semestre de 2024, com espetáculos antigos, recentes e inéditos, Christiane Jatahy se aventurou no universo das óperas. Em junho deste ano, dirigiu uma montagem de “Nabucco”, de Giuseppe Verdi, que estreou sob aplausos no Grand Théâtre de Genève e com ótimas críticas da imprensa especializada. Em setembro deste ano, a diretora estreia no Schauspelhaus Zurich – na Suíça alemã – “O Menino da Última Fila”, do dramaturgo espanhol Juan Mayorga. Em março do ano que vem, retorna a Paris com a sua versão da peça “Hamlet”, de Shakespeare, no Odéon Théâtre de l’Europe.

“A ópera foi um sucesso estrondoso, de uma maneira que até me surpreendeu. Foi uma coisa impressionante, inclusive dentro do universo da ópera, um meio muito difícil”, recorda.

Depois de “Hamlet”, a diretora viaja em turnê internacional e, na sequência, pretende retornar ao Brasil, onde irá montar uma peça 100% brasileira. Paralelamente, Christiane ainda está desenvolvendo dois roteiros: um para um filme e outro para uma série.

“É um desejo antigo, depois de tanto tempo trabalhando na fronteira entre o teatro e o cinema, realmente assumir uma criação cinematográfica”, conclui.

Expansão - A Hora do Lobo

Além das apresentações no teatro, o Sesc Consolação promove uma série de atividades intitulada Expansão - A Hora do Lobo com oficinas e bate-papos com Christiane Jatahy, Paulo Camacho e Thomas Walgrave, estes últimos, respectivamente, diretor de fotografia e cenógrafo do espetáculo. A programação inclui a exibição de uma filmagem da peça “Antes que o Céu Caia”, segunda parte da “Trilogia do Horror”, no dia 14 de outubro, às 15h, no Teatro Anchieta. Veja mais informações sobre as ações formativas no serviço ao final do texto.

Sinopse

“A Hora do Lobo” conta a história de uma mulher, Graça, que foge do Brasil em 2020, quando o fascismo se torna mais visível e assustador. Ela sai do seu país, como muitos outros imigrantes, em busca de um novo lugar. Uma nova possibilidade de vida.

Estamos em um teatro. No palco, os personagens de “Dogville” retomam a história do filme - a sua própria história - com o desejo de mudá-la, de não repetir os erros do passado. Eles se propõem uma experiência; refazer o filme ao vivo e provarem, a si mesmos e aos outros, que são capazes de aceitar “o outro”, o “estrangeiro”. Graça aceita participar da experiência. O filme, que está sendo feito ao vivo, começa a ser invadido pelos fantasmas do passado e a experiência, onde teatro e cinema se misturam, se transforma, pouco a pouco, em um laboratório humano implacável.

Sobre Christiane Jatahy

Christiane Jatahy é autora, diretora de teatro e cineasta. Realizou a partir de 2004 “Conjugado”, “A Falta que nos Move” ou “Todas as Histórias são Ficção” e “Corte Seco”. Escrito e dirigido por Jatahy, o longa-metragem “A Falta que nos Move” foi filmado em 13 horas contínuas, sem corte, por três câmeras na mão. Aprofundando a relação entre o teatro e cinema, criou “Julia”, adaptação da obra “Senhorita Julia”, de Strindberg. A peça/filme foi apresentada nos principais festivais internacionais e teatros europeus. Por esse trabalho ganhou o Prêmio Shell de Melhor Direção em 2012.

Em 2013, desenvolveu o projeto de instalação audiovisual e documentário “Utopia.doc” em Paris (França), Frankfurt (Alemanha) e no Sesc São Paulo. Estreou em 2014 a criação “E se Elas Fossem para Moscou?” a partir da obra “As Três Irmãs”, de Anton Tchekhov, uma peça e um filme simultâneos mostrados em dois espaços distintos. Por esse trabalho ganhou os Prêmios Shell, Questão de Crítica e APTR. “E se Elas Fossem para Moscou” viajou para festivais na Europa e nos Estados Unidos.

Em 2016, desenvolveu “A Floresta que Anda”, uma livre adaptação de Macbeth de Shakespeare. A obra conjuga videoinstalação documental, performance e cinema ao vivo.

No ano seguinte, estreou no Teatro Municipal do Rio sua criação para a ópera “Fidélio” e a convite da Comédie-Française criou para a Salle Richelieu o espetáculo “A Regra do Jogo”, baseado no filme homônimo de Jean Renoir. Neste mesmo ano, a convite do Festival Theater der Welt e do Thalia Theater de Hamburgo criou a instalação/performance “Moving People” e uma adaptação da peça “Na Solidão dos Campos de Algodão”, de Bernard-Marie Kòltes.

Em 2018, foi escolhida como Artista na Cidade em Lisboa, apresentando ao longo do ano a sua obra nos principais teatros, cinemas e festivais da cidade. Desenvolveu o díptico “Nossa Odisseia”, inspirado na “Odisseia” de Homero. A primeira parte, “Ítaca” estreou no Odéon-Théâtre de l’Europe, em Paris, confrontando o épico de Homero e a realidade dos refugiados de hoje que cruzam o Mediterrâneo. Em 2019, estreou no Sesc Pinheiros e, em seguida, no Festival de Avignon, a peça-filme “O Agora que Demora”, apresentado no Sesc e Theatre National Wallonie-Bruxelles. As cenas foram filmadas na Palestina, Líbano, África do Sul, Grécia e na Amazônia. O projeto é um diálogo entre teatro e cinema, misturando a ficção grega com histórias reais de artistas refugiados.

Em 2020, foi convidada pela Fondation Cartier, em Paris, para criar um percurso sonoro dentro da exposição “A Luta Yanomami”, de Claudia Andujar, e escolheu dialogar com o livro “A Queda do Céu” de Davi Kopenawa e Bruce Albert.

Em julho de 2021, na abertura do Festival de Avignon, Christiane apresentou sua nova criação “A Hora do Lobo” (produzido pela Comedie de Genève), a partir do filme “Dogville” de Lars Von Trier. A peça é a primeira parte da Trilogia do Horror, dissecando o que o Brasil viveu entre os anos de 2018 e 2022. A segunda parte, “Antes que o Céu Caia” (estreou na Schauspielhaus Zürich) liga Macbeth ao livro “A Queda do Céu” de Davi Kopenawa. A terceira e última parte, “Depois do Silêncio” é baseada no romance “Torto Arado”, de Itamar Vieira Junior, e no documentário “Cabra Marcado para Morrer”, de Eduardo Coutinho, que estreou no Wiener Festwochen, em 2022.

Durante a temporada 2021-2022, Christiane Jatahy foi a artista convidada do MUCEM em Marselha, mostrando várias das suas criações e algumas intervenções específicas do local no contexto do museu.

Em 2023, estreou sua versão para a ópera “Nabucco”, de Verdi, no Grand Thèâtre de Genève, e, em setembro deste ano, lança no Schauspelhaus Zurich – na Suíça alemã – “O Menino da Última Fila”, do dramaturgo espanhol Juan Mayorga

Atualmente, Christiane Jatahy é uma artista associada do Odéon-Théâtre de l’Europe, Centquatre-Paris, Schauspielhaus Zürich, Arts Emerson Boston e Piccolo Teatro de Milano – Teatro d’Europa. É artista apoiada pelo Centro Dramático Nacional de Madrid, deSingel, na Antuérpia, e pelo Théâtre National Wallonie-Bruxelles. A companhia Vértice é apoiada pela Direção Regional de Assuntos Culturais de Île-de-France (DRAC-IDF), Ministério da Cultura da França.

Em janeiro de 2022, Christiane Jatahy foi premiada pela Bienal de Veneza, com o Leão de Ouro pela sua trajetória artística e também foi condecorada pelo Ministério da Cultura da França como “Chevalière de l’Orde des Arts e des Lettres”.

Ficha técnica

A partir do filme Dogville de Lars von Trier

Adaptação, encenação e direção do filme: Christiane Jatahy

Colaboração artística, cenografia e luzes: Thomas Walgrave

Direção de fotografia e montagem ao vivo: Paulo Camacho

Música: Vitor Araujo

Figurinos: Anna Van Brée

Sistema de vídeo: Julio Parente e Charlélie Chauvel

Diretora assistente: Stella Rabello

Operadora de luz: Samya Peruchi

Operador de som: Pedro Vituri

Assessoria de imprensa Factoria (Vanessa Cardoso)

Assistente de produção: Rick Nagash

Direção de produção: Henrique Mariano

Com Azelyne Cartigny, Delphine Hecquet, Julia Bernat, Matthieu Sampeur, Paulo Camacho, Philippe Duclos, Valerio Scamuffa, Véronique Alain, Vincent Fontannaz, Viviane Pavillon

Com a participação de Harry Blättler Bordas

Agradecimentos: Martine Bornoz, Adèle Lista, Arthur Lista

Construção do cenário original: Ateliers da Comédie de Genève

Reconstrução do cenário no Brasil: Claudia Calabi e Ju di Grazia

Duração 1h50

Espetáculo em francês e português com legendas em português.

Classificação indicativa: 16 anos

Produção: Comédie de Genève

Coprodução: Odéon-Théâtre de l’Europe – Paris, Piccolo Teatro di Milano-Teatro d’Europa, National Theatre of Brittany – Rennes, Maillon Théâtre de Strasbourg – palco europeu

Lars Von Trier é representado na Europa francófona por Marie Cécile Renauld, MCR Agence Littéraire em acordo com Nordiska ApS.

Serviço:

A Hora do Lobo - um debate com o filme Dogville de Lars von Trier

Adaptação, Encenação e Direção de Christiane Jatahy

Estreia nacional: 22 de setembro de 2023, sexta-feira, às 20h.

Temporada: de 23 de setembro a 15 de outubro de 2023.

Horários: quarta a sábado, às 20h; e domingos e feriado, às 18h.

Local: Teatro Anchieta - Sesc Consolação

Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque, São Paulo

Informações: 11 3234-3000

Lotação do Teatro: 280 lugares

Acessibilidade: assentos para pessoas com necessidades especiais (mobilidade reduzida, obeso, cadeirante e acompanhante), e a fila para cadeirantes fica na última fileira da plateia, com uma visão panorâmica do palco.   

Valor dos ingressos: R$50,00 (inteira)/ R$25,00 (meia entrada) / R$15,00 (credencial plena)

Os ingressos podem ser adquiridos antecipadamente a partir do dia 12/9, às 17h, no site ou Aplicativo Credencial Sesc SP, e a partir do dia 13/9, às 17h, nas bilheterias das Unidades do Sesc.

Classificação: Não recomendado para menores de 16 anos

Duração: 1h50 minutos

Espetáculo em francês e português, legendado em português.

Sesc Consolação  
Rua Doutor Vila Nova, 245, São Paulo – SP  
Informações: (11) 3234-3000  
sescsp.org.br  
Facebook, Twitter e Instagram: /sescconsolacao 

Horário de Funcionamento:

terça a sexta, 10h às 21h30

sábados, 10h às 20h

domingos e feriados, 10h às 18h

EXPANSÃO - A HORA DO LOBO – UM DEBATE COM O FILME DOGVILLE DE LARS VON TRIER

MASTERCLASS COM CHRISTIANE JATAHY

Na atividade, a encenadora Christiane Jatahy aborda seu percurso de pesquisa, mostrando imagens e reflexões de suas criações e expandindo-as nos contextos políticos, sociais e históricos em que foram construídas e apresentadas aos públicos.

30/9. Sábado, 16h às 18h

Teatro Anchieta

Grátis

MONTAGEM E DESMONTAGEM DE CENAS DE A HORA DO LOBO

Em experimento no cenário da peça, com a presença de Christiane Jatahy, do elenco e do diretor de fotografia e câmera Paulo Camacho, serão mostradas decupagens da montagem fílmica (entre imagens pré-filmadas e ao vivo) em paralelo às cenas teatrais.

7/10. Sábado, 14h30 às 17h 

Teatro Anchieta

Grátis

EXIBIÇÃO DO FILME ANTES QUE O CÉU CAIA

A peça Antes que o céu caia é mostrada em versão filmada e conecta Macbeth

de Shakespeare com o livro A queda do céu, de Davi Kopenawa e Bruce Albert, além de trechos da reunião ministerial de abril de 2020.

A peça aborda a violência da masculinidade tóxica, o poder corrosivo do patriarcado e a agressão intrínseca contra o feminino em todas as suas emanações.

14/10. Sábado, 15h às 17h

Teatro Anchieta

Grátis

OFICINAS

Centro de Pesquisa Teatral

Inscrições - R$ 70 (inteira)/ R$ 35 (meia entrada e credencial plena)

WORKSHOP COM CHRISTIANE JATAHY

A atividade apresenta aspectos da linguagem de criação da diretora teatral e cineasta Christiane Jatahy. Na ocasião, haverá a oportunidade de experimentar exercícios que têm por objetivo ampliar as ferramentas de resposta criativa e autoral, sempre a partir da relação e da reação ao outro e aos estímulos do aqui e agora da cena.

29/9 e 6/10. Sextas, 14h às 18h

As inscrições ocorrerão de 12 a 16/09

Com seleção de 18 a 21/09

Divulgação dos resultados dia 22/09

Matrículas de 25 a 28/09

WORKSHOP COM PAULO CAMACHO (DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA)

No workshop Cinema Vivo, Paulo Camacho aborda a imagem cinematográfica e sua integração com cenário, cena e iluminação a partir de A Hora do Lobo, além de incluir discussões e reflexões sobre alguns de seus trabalhos com Christiane Jatahy como Nossa Odisseia, A Regra do Jogo e Ithaque.

5/10. Quinta, 14h às 17h 

As inscrições ocorrerão de 12 a 16/09

Com seleção de 18 a 21/09

Divulgação dos resultados dia 22/09

Matrículas de 25 a 28/09

WORKSHOP COM THOMAS WALGRAVE (CENOGRAFIA)

Onde a cenografia, a luz e a dramaturgia se encontram? Qual é a dramaturgia

do espaço, do espaço teatral, do espaço narrativo, do espaço do ator? Essas

e outras perguntas serão abordadas com Thomas Walgrave, com longa

trajetória como cenógrafo ou designer de luz com os mais importantes

criadores do teatro mundial.

12 e 13/10. Quinta e sexta, 14h às 17h

As inscrições ocorrerão de 19 a 25/09

Com seleção de 26 a 05/10

Matrículas de 10 e 11/10

Mais informações em www.sescsp.org.br/cpt   

Na inscrição para as oficinas, é necessário o envio de carta de intenção e currículo.  

Críticas da imprensa especializada europeia

“Entre Chien et Loup, de Christiane Jatahy, usa o cinema no palco de uma maneira completamente diferente, examinando a perversão da caridade coletiva. Baseado em “Dogville”, de Lars Von Trier, ele combina filmagens ao vivo com mudanças sutis em sequências gravadas com personagens adicionais. Nós estamos muito mais próximos da escuridão do que em “Dogville”, através da nossa implicação em tempo real. Jatahy altera o final de von Trier e nos força a enfrentar as premonições desta peça: que o fascismo (em seu Brasil natal, evocado diretamente) é produzido na aparente jovialidade de grupos desenfreados do WhatsApp e fertilizado pelo gotejamento de notícias falsas. A performance central profundamente comovente de Julia Bernat acrescenta luta e indignação moral ao retrato original de Nicole Kidman. O elenco do conjunto é perfeito, criando um terrível senso de responsabilidade coletiva pelo sofrimento individual. É uma peça de alta maturidade artística.” The Guardian

“Entre chien et loup, um teatro que nos pega pelas entranhas.” Vertigem RTS

“Mise en scène virtuosa.” Libération

“Um espetáculo muito comovente e desafiador.” La Libre

“Um espetáculo que examina os mecanismos da violência social combinando a energia da dança, do vídeo e da performance ao vivo com o teatro.” Les Inrockuptible

“Os espetáculos da brasileira Christiane Jatahy são como armadilhas. Eles te agarram, te viram de cabeça para baixo, te iluminam. “Entre Chien et Loup”, no Festival de Avignon, faz exatamente isso. É magnifico.” Le Temps – Suíça

“Christiane Jatahy criou uma obra poderosa no cruzamento do teatro e do cinema, no qual a câmera serve à performance ao vivo e amplia suas possibilidades ao tornar visível o que não podia ser visto anteriormente. É tudo uma questão de subjetividade. As imagens dizem o que você quer que elas digam. Em seus trabalhos de palco, Jatahy mistura três estados temporais que atuam como filtros complementares na narrativa. O imediatismo do teatro é sobreposto ao presente de imagens filmadas ao vivo e sequências de vídeo gravadas. A diretora brasileira, uma das primeiras a usar uma câmera no palco, tem o cuidado de evitar efeitos estilísticos e imagens fáceis. Ela usa o meio cinematográfico porque ele lhe permite repensar o teatro.”  Mediapart

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