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Uma viagem pelo passado

14 de Fevereiro de 2024

Por Camila Piva

Uma passagem por alguns dos vários lugares magníficos do Egito

Pirâmides egípcias | Foto:Divulgação

Desde que eu comecei a estudar história fiquei imediatamente encantada com o Período da Antiguidade e, em especial, com a parte que cabe ao Egito”, diz Valeria Piva, Procuradora de Justiça. 

Egito, um lugar que proporciona uma cultura muito rica, construções belíssimas  e onde tudo começou. A história  desse país pode ter começado na era paleolítica. No período neolítico, por volta de 10.000 a.c., existiam dois grupos étnicos. Um de raça africana da África Central e outro grupo de raça mediterrânica, tendo sua origem na Ásia. Destes vem um terceiro grupo que teve procedência da Atlântida. Esse período se deu quando Osíris foi ao trono do Egito. De acordo com a história, ele uniu as duas partes da população. Mas apenas cerca de 3.200 a.c. que é possível falar com mais prontidão sobre a história do Egito. Ao longo da história este país passou por trinta e uma dinastias que subiram ao trono. 

Sempre existiu no Egito uma monarquia absoluta. Os habitantes do Egito eram separados entre os mais respeitados, sendo o dos sacerdotes a manutenção dos templos. A população rica era isenta de impostos e viviam às custas do templo. Uma outra classe era a nobreza, responsável pelos níveis elevados do governo religioso e político das províncias, dos escribas ou funcionários públicos da administração real, e da população que era grande parte camponeses e artesãos.

Um ponto interessante é que a religião do antigo Egito era monoteísta. No conjunto de deuses e deusas do Egito há um Deus único, imortal e que não foi criado. Originado por ele mesmo, absorve as características divinas. Eles acreditavam que dele vinha a substância de todos os outros deuses e que ele era o princípio de toda a vida. A melhor imagem de Deus era o sol com três atributos: forma, luz e calor. A alma do sol chamava Amon ou Amon-Ra, cujo nome significa sol oculto. 

Cada província egípcia tinha sua tríade. A principal tríade era a de Abidos, que consistia em Osíris, Ísis e Hórus. Osíris era tido como o Deus bom, pois representava o bem. A tríade em Memphis formava-se por Path, Sakhmet e Nefer-Tum, e, em Tebas, em Amon, Mut e Khonsu. De acordo com a cerimônia do julgamento final do falecido, a alma da pessoa morta era transportada em uma barca sagrada sobre as águas dos Campos Elíseos. A barca continuava e, depois de atravessar uma zona mais clara, que seria o purgatório, chegava ao tribunal supremo por Osíris e assessores. Em uma balança era colocado o coração do falecido e do outro lado uma pena. Se o coração pesasse menos do que a pena, uma parte do corpo se tornaria místico do deus Osíris. Se não um animal o comia e ele deixava de existir no outro mundo. 

Os egípcios acreditavam na imortalidade da alma, portanto, tudo o que eles faziam em vida era pensando na passagem para o outro mundo. As almas dos mortos eram colocadas nas pirâmides, mastabas e tumbas. Nos templos funerários e nos túmulos era representada a sobrevivência do morto no outro mundo, na vida eterna, chamadas de casas da eternidade. No Egito era de costume tratar os corpos e transformá-los em múmias, as quais eram de origem divina e elevadas à Hórus, filho de Osíris e Ísis.

É fascinante observar a escrita egípcia, os hieróglifos. Dois estudiosos decifraram os hieróglifos no ano de 1799, o inglês Thomas Young e o francês François Champollion. Hiero glyphica significa sinais sagrados. Eles costumavam chamar seus textos escritos de “as palavras dos deuses”. De acordo com a história o povo aprendeu a escrever com o Deus Thot na época do reinado de Osíris. Os antigos egípcios gravavam os hieróglifos nas pedras dos templos, ou pintavam eles nas paredes das câmaras funerárias ou escreviam com uma caneta de junco em rolos de papiros, o que antecede ao nosso papel. O papiro é uma erva perene em que o caule pode variar de dois a cinco metros de altura e que é rematado por uma flor em forma de guarda-chuva. 

O maior impacto claro, é difícil você selecionar, porque é cada coisa tão linda e cada história. Mas Karnak foi um soco na boca do estômago, eu não sei dizer porquê. É monumental aquilo, ele não é só grande em altura, é grande também em áreas, superfícies, é uma grandiosidade imensa. É como se fosse uma enorme fazenda e tem aquele lago com aquele pôr do sol. Juro que eu tive vontade de sentar no chão e chorar, me beliscar e dizer meu deus do céu como isso é bonito”, diz Marcia Neder, jornalista.  

Templo de Ramsés II | Foto: Divulgação

Um dos vários lugares interessantíssimos para visitar é o Templo de Ramesses II, Abu-Simbel, destacado acima. Um lugar extraordinário. Os templos de Abu-Simbel são dois templos esculpidos na rocha em Abu Simbel, uma vila na província de Assuão, Alto Egito. O maior templo foi feito para Rá-Harakhty, Ptá e Ámon, as três divindades estatais do Egito da época, e tem duas estátuas de Ramsés II. Já o outro templo, menor, é em homenagem à deusa Hator, personificada por Nefertari, a mais amada das esposas de Ramsés.

Vale dos Reis e das Rainhas | Foto: Divulgação

Acima, uma imagem do Vale dos Reis e das Rainhas, outro lugar fascinante. Lá é possível encontrar tumbas enormes onde foram encontradas as múmias dos grandes Faraós, Rainhas, Príncipes e Princesas das Dinastias do Egito Antigo desde 3.000 antes de Cristo. 

Mesquita de Mohamed Ali | Foto: Divulgação

A belíssima Mesquita acima de Mohamed Ali (1769-1849), do século XIX, dentro da Citadela de Saladino. A mesquita foi construída em 1830 em duas partes: a mesquita e o pátio. No centro do pátio existe a fonte das abluções (onde os mulçumanos se lavam antes das orações que ocorrem cinco vezes ao dia). Ao lado oeste da fonte há a torre do relógio, um presente do rei Luís Filipe da França para Mohamed Ali Pasha no ano de 1845. Uma curiosidade é que Mohamed Ali em 1831, deu de presente para o Luís Filipe, da França o Obelisco da Praça da Concórdia, e ficou com o relógio mencionado acima, que até hoje nunca funcionou. A mesquita foi construída pelo arquiteto Youssef Boshna, turco. Ele se inspirou na Hagia Sophia, igreja que mais tarde virou mesquita. É um lugar lindo, que vale muito a pena a visita. 

Museu Egípcio no Cairo | Foto: Divulgação

E por fim, entre diversos lugares maravilhosos, o Museu Egípcio no Cairo mostrado acima, com várias obras faraônicas. O museu ficou pronto em 1902. Lá existe uma biblioteca e 100 salas de exposição com dois andares. “O museu tinha quase 150 mil peças, agora menos porque levaram algumas peças para o Museu Egípcio grande. Mas aqui ainda tem as peças principais da história faraônica”, comenta Mohamed Elgannam, guia turístico.   

Na entrada principal tem duas estátuas de cada lado do portão que representam os símbolos do Norte e do Sul do Antigo Egito. Uma segurando o lótus e a outra o papiro. Há várias estátuas de egiptólogos conhecidos. A obra mais importante é a de Tutank Hamun. Outras como as estátuas de Quéopos, Chepren e Mycerinus valem a pena conhecer. Também há estátuas de Ramsés II. Lá consta o caixão de ouro de Tutancâmon de 450 libras  de ouro maciço. Três caixões foram usados para guardar seu corpo, após sua morte com 18 anos. 

Viajar para o Egito com os meus filhos foi a realização de um sonho que ultrapassou qualquer expectativa. Fiquei impressionada com sua beleza e com a enormidade de sua riqueza histórica”, diz Valeria. 

O Egito é um lugar com uma riqueza e cultura enorme. Eles conseguiram desenvolver um grande conhecimento em arquitetura e engenharia. A forma como eles lidavam com a morte, com seriedade, seguidores de rituais que contemplavam a passagem para outra vida pelas mãos de seus Deuses é muito interessante. Para quem gosta de história, lá é um aprendizado a cada dia. Vale a pena conhecer a grandiosidade dos Templos. 

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