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4º Prêmio Não Aceito Corrupção anuncia dezoito novos premiados

26 de Março de 2024

Em solenidade com 400 convidados na Alesp- Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, os ganhadores nas categorias Academia, Tecnologia e Inovação, Governança Corporativa, Experiência Profissional, Jornalismo Investigativo e Comunicação Local receberam troféus das mãos de personalidades presentes por se destacarem na luta anticorrupção no país com recorde absoluto de inscrições nesta edição

Diretoria e conselho superior do INAC – Instituto Não Aceito Corrupção | Foto: Divulgação

Instituto Não Aceito Corrupção apresentou na segunda-feira (25), os 18 novos premiados da 4ª edição do prêmio, em cerimônia realizada na ALESP- Assembleia Legislativa do Estado de SP, com recorde de inscrições. Foram 238 inscritos, um crescimento de 76,3% se comparado ao ano passado. Nas categorias Academia, Tecnologia e Inovação, Governança Corporativa, Experiência Profissional, Jornalismo Investigativo e Jornalismo Local, foram premiados trabalhos de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Amazonas.

“São quase 9 anos de fundação do INAC - Instituto Não Aceito Corrupção em grande estilo premiando trabalhos, pesquisas e ações com grande relevância na luta anticorrupção no país. É vital a mobilização da sociedade civil para termos mais eficiência para controlar esse mal que corrói empresas, governos e pessoas”, destacou Roberto Livianu, presidente do INAC e procurador de justiça criminal do Ministério Público de São Paulo.

Grande prêmio e Experiência Profissional

Na nova categoria Experiência Profissional, Gilberto Araújo Couto do Rio de Janeiro, também vencedor do Grande Prêmio, com o projeto “Resultados da aplicação de Teste de Honestidade em funcionários de uma empresa privada que possui Programa de Integridade implantado”, analisou os resultados da aplicação de um teste de honestidade a funcionários de uma empresa privada que tem programa de integridade implantado, por meio de um experimento inspirado nos trabalhos de Dan Ariely, renomado psicólogo e economista comportamental mundialmente conhecido por suas pesquisas relacionadas ao comportamento humano.

Governança Corporativa

Na categoria Governança Corporativa, consagrou-se vencedor o projeto “Transparência pública como mecanismo de combate à corrupção”, de autoria de Fabiano Ricardo Boro Alves. Fabiano descreve a experiência que a Câmara Municipal de Campinas, representada pelos servidores da Controladoria Geral, tiveram ao participar do Programa Nacional de Transparência Pública 2023, promovido pela Atricon (Associação dos Membros dos Tribunais de Contas). A prática foi desenvolvida com o apoio de uma cartilha produzida pela Atricon, contendo informações técnicas, exigências e orientações gerais como deveriam estar disponibilizadas as informações nos portais de transparência dos órgãos públicos participantes.

Jornalismo Investigativo

Na categoria Jornalismo Investigativo, o vencedor foi o jornalista Breno Pires, da Revista Piauí, responsável pelo furo de reportagem do “orçamento secreto”. A reportagem objeto do prêmio é “Farra ilimitada: o orçamento secreto patrocina um festival de fraudes no SUS”, o que evidencia a gravidade e a profundidade do escândalo e suas respectivas ramificações.

Academia

Destaque para o trabalho na categoria Academia, “A relação entre as liberdades política e econômica e a percepção de corrupção nos países: um estudo de corte transversal” de autoria de Vitor dos Santos e Paulo Rogerio Scarano. O principal objetivo foi analisar e mensurar os fatores políticos e econômicos, relacionados às características institucionais dos países, que interferem na percepção de corrupção que se tem em relação a cada uma das nações. Para tanto, realiza-se uma análise de regressão em cross-section, em que a variável dependente é o índice de percepção de corrupção da International Transparency e as variáveis explicativas são proxies para a qualidade das instituições políticas e econômicas dos países.

Tecnologia e Inovação

A solução tecnológica “Desenvolvimento de plataforma digital Revista de Direito e Análise da Corrupção" vence a categoria Tecnologia e Inovação, autores: elaboração e organizador do projeto Doutorando (PPGD UNICURITIBA): Altieres de Oliveira Silva, Líder do grupo de Pesquisa – Direito Penal Econômico e Corrupção na governança Corporativa (PPGD UNICURITIBA), Curitiba-PR, Prof. Dr. Sergio Moro (Orientador do discente), Líder do grupo de Pesquisa – Compliance nas organizações, Profa. Viviane Coelho de Sellos-Knoerr. (PPGD UNICURITIBA), Curitiba-PR, Doutorandas (PPGD UNICURITIBA), Flavia Jeane Ferrari, Adriane Garcel, Participante externo (Analista Editorial), Diego dos Santos Janes, Alumni in. A criação e o desenvolvimento da "Revista de Direito e Análise a Corrupção" como um veículo acadêmico-digital especializado, teve como objetivo, analisar a corrupção em países emergentes e as deficiências nos sistemas de governança corporativa, propiciando um acesso mais democrático e sem custos à informação de qualidade.

Comunicação Local

No primeiro lugar, como ganhadores na categoria Comunicação Local, com autoria de Fábio Bispo e Fred Santana, da InfoAmazonia e Vocativo.com, com o projeto “Medicamentos dos Yanomamis eram vendidos por garimpeiros” identificaram em redes sociais o comércio de Artesunato+Mefloquina. Enquanto indígenas Yanomami sofriam com a falta de medicamentos fornecidos pelo SUS para tratamento de malária e verminoses, sobrava oferta desses remédios nos garimpos ilegais instalados dentro da própria Terra Indígena Yanomami.

A íntegra dos 18 trabalhos premiados foram publicados nesta terça- feira feira no site do prêmio e do instituto. Nos próximos meses, deverão integrar um e-book, a ser lançado em parceria com a editora Quartier Latin.

Importância do prêmio para o Brasil

Depois de seis anos, a pergunta quem mandou matar Marielle Franco encontra resposta. A partir do depoimento válido por um acordo de delação de Ronnie Lessa, o executor confesso dos disparos que mataram a ex-vereadora do PSol e o motorista Anderson Gomes, a Polícia Federal (PF) conseguiu chegar até os mandantes dos assassinatos ocorridos no Centro do Rio de Janeiro, em março de 2018. Estão na cadeia o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), o irmão dele, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), e o delegado Rivaldo Barbosa, que assumiu o cargo de secretário de Segurança Pública um dia antes de o crime ser cometido.

E a partir deste caso, de enorme repercussão nacional e internacional, fica o questionamento: qual a importância do Prêmio Não Aceito Corrupção para o Brasil neste momento?

O 4º Prêmio Não Aceito Corrupção traz um conjunto de excelentes novas ideias, práticas, projetos e proposições que indicam novos caminhos para evoluirmos no controle da corrupção. Vamos implementá-las a bem da prevalência do interesse público”, destaca Livianu.

Com as prisões dos mandantes da morte de Marielle, acende o alerta para a dimensão da contaminação entre Estado e crime no Rio, quando na verdade, seria o seu papel garantir a proteção e segurança a todos. O Chefe da Segurança Pública, ao lado de um integrante do Tribunal de Contas, que deveria fiscalizar e proteger o patrimônio público e de um representante do povo no Legislativo, unidos para assassinar uma vereadora. O que fica de lição a partir deste caso?

Estamos diante de um novo ápice da impunidade, aquela que mistura os crimes de corrupção com os crimes de sangue, o que evidencia a prática de abuso de poder e autoridade entre os poderes executivo e legislativo. É importante preservar o poder de investigação criminal do Ministério Público, que foi colocado em xeque pela PEC 37 e que a todo momento, acaba sendo discutida a hipótese de enfraquecê-lo”, diz.

Sobre o INAC

O Instituto Não Aceito Corrupção (INAC) é uma associação civil, nacional e apartidária, sem fins econômicos, fundada em 2015. Com atuação em quatro frentes: pesquisa, políticas públicas, educação e mobilização da sociedade utiliza dados concretos para realizar discussão profunda, crítica e qualificada de leis e projetos de lei, de modo a contribuir para a edificação e aprimoramento de regras eficientes no enfrentamento do mau uso dos recursos públicos.

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