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Dr. Alessandro Schuffner revela como a endometriose pode afetar a fertilidade da mulher

12 de Junho de 2025

Profissional aponta ainda as opções de tratamento para quem tem a doença e deseja engravidar.

Dr. Alessandro Schuffner | Foto: Divulgação

Existe no útero da mulher um tecido que o reveste. Quando essa textura, ou seja, o endométrio cresce dentro e do lado de fora (geralmente na pelve), há uma condição clínica denominada endometriose. Acontece que, durante a menstruação, tal tecido acaba descamando, fixando-se em outras partes do útero, como os ovários e tubas uterinas (Trompas de Falópio), evoluindo ainda para outras regiões do corpo: intestino e bexiga.

Somente em 2021, mais de 26 mil atendimentos foram feitos no SUS (Sistema Único de Saúde) e dados do Ministério da Saúde do final do ano seguinte revela que 1 em cada 10 mulheres sofre com os sintomas. Informações de 2024 apontam que cerca de 8 milhões de mulheres enfrentam a doença.

A endometriose se revela em dor e dificuldade na obtenção de uma gravidez. “Vale lembrar que nem toda mulher que possui a doença terá dificuldade em engravidar. Muitas vezes é uma endometriose silenciosa, ou seja, há a comorbidade, porém, a mulher consegue fluir com uma gestação”, explica o Dr. Alessandro Schuffner, referência nacional em medicina reprodutiva e diretor da Conceber, que é um Centro de Medicina Reprodutiva situado em Curitiba/PR.

A doença é classificada pelos graus 1, 2, 3 e 4. Quanto mais grave, maior o impacto na fertilidade da paciente. Uma mulher que tenha endometriose, abaixo dos 35 anos e uma boa reserva ovariana (folículos no ovário), pode passar por uma videolaparoscopia. Ali, essas escamas são retiradas com cuidado. Como resultado, a mulher poderá engravidar naturalmente, seja de maneira habitual ou mesmo estimulando a ovulação. Em último caso, usa-se a reprodução assistida.

Infelizmente a endometriose pode voltar, pois não se sabe ao certo a causa da doença nas mulheres. “Por exemplo: fazemos uma videolaparoscopia e a paciente se cura. O ideal é que essa paciente engravide da forma mais simples nos próximos seis meses, no máximo um ano, já que a endometriose pode voltar e dificultar a obtenção da gravidez de forma simples, necessitando até de uma reprodução assistida”, explica o Dr. Alessandro, que é mestre em Medicina Interna, com formação internacional no renomado Jones Institute (EUA).

O mapeamento da endometriose é feito através de exames de imagem via ultrassom transvaginal, abdominal e com preparo intestinal (com laxante e dieta). Sendo assim, o médico radiologista terá melhor visão da pelve dessa paciente. “A ressonância magnética também é indicada, mas vai depender da facilidade em cada cidade. Define-se, então, se essa pelve tem ou não uma endometriose”, finaliza o Dr. Alessandro Schuffer. Especialista em laparoscopia e reprodução assistida, o profissional possui ainda estudos reconhecidos sobre qualidade funcional dos espermatozoides. Atua há mais de duas décadas promovendo avanços na fertilidade humana, aliando ciência, experiência clínica e publicações científicas.

Contatos: @dralessandroschuffner

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