Indicada duas vezes ao Grammy Latino, a grande dama do piano brasileiro grava releituras de valsas de Chopin, Sibelius, Debussy, Mignone, Ronaldo Miranda e Cristovão Bastos
![]() |
Clara Sverner |
Créditos: Nelson Perez |
Duas vezes indicada ao Grammy Latino e vencedora de diversos prêmios internacionais e no Brasil, a pianista Clara Sverner consolidou sua formação musical estudando no Conservatório de Genebra, na Suíça e no Mannes College of Music, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Sua trajetória sempre esteve marcada pela dedicação e criteriosa abordagem estética sobre repertórios internacionais e brasileiros. Artista completa, com trânsito fluente na música clássica, a pianista lançou álbuns emblemáticos de música popular brasileira ao longo das últimas décadas e, desta vez, imprime seu estilo lírico e introspectivo em seu mais novo álbum, “12 Waltzes”, que chega às plataformas digitais no dia 1 de agosto, sexta-feira
Reunindo peças de diferentes compositores e períodos, “12 Waltzes” apresenta uma síntese de seu legado pianístico, revelam sua técnica precisa e uma impressionante coesão narrativa. Inspirada por essa sensação, selecionou composições que compartilhassem esse sentimento, em diferentes perspectivas. Trouxe à luz interpretações únicas de Valse Triste, de Sibelius; La plus que lente, de Debussy; três Choro Waltzes, de Francisco Mignone; Morena, de Cristovão Bastos; e Valsa Só de Ronaldo Miranda, além de cinco valsas de Chopin.
“Eu estava tocando a valsa nº 7 de Chopin e sentia uma certa melancolia entremeada ao ritmo de valsa... percebi que era o que mais me tocava e importava”, revela Clara. “Neste momento me veio a ideia de gravar valsas, com esse fio condutor. E fui a procura! As encontrei em algumas valsas de Chopin, Valsa Triste de Sibelius , Valsas Choros de Mignonne, La plus que lente de Debussy, Ronaldo Miranda, e Morena, de Cristovam Bastos. Entreguei minha alma ao interpretá-las”
A capa do álbum foi criada pelo seu filho, Muti Randolph, artista visual brasileiro reconhecido internacionalmente, que desenvolveu uma imagem fluída em movimentos e transparência, em inspirada alusão a valsa.
Clara Sverner, mais uma vez, presenteia o público com uma antologia de temas interpretados com alma e sensibilidade únicas. Algo que somente, os grandes intérpretes podem fazer, com imaculada autoridade.
Clara Sverner, pianista
Uma das maiores pianistas brasileiras, Clara Sverner iniciou sua formação musical em São Paulo com o professor José Kliass. Aperfeiçoou-se mais tarde nos centros musicais mais avançados, como o Conservatório de Genebra, onde recebeu uma medalha de ouro, e o Mannes College of Music, de Nova Iorque. Premiada no Concurso Internacional Wilhelm Backhaus, ainda adolescente iniciou a vitoriosa carreira que a tornou uma das mais prestigiadas virtuoses brasileiras. Seu grande mestre foi o notável Koellreuter, grande pensador, que a ajudou sempre a pensar na liberdade e no aperfeiçoamento do artista. Aos 18 fez a estreia do piano de Khatchaturian com o grande maestro Eleazar de Carvalho.
Privilegiando, antes de tudo, a qualidade estética, o arrojo da invenção e a carga expressiva das músicas que executa, Clara Sverner é uma artista inquieta que não se cansa de se aperfeiçoar, pesquisar e ousar. No domínio da música clássica brasileira, foi a principal responsável pela redescoberta das obras de Glauco Velásquez e Chiquinha Gonzaga, a quem dedicou várias gravações. Em 1980, saiu o primeiro álbum com algumas obras para piano da maestrina. O sucesso foi imenso e, em 1981, gravou o segundo LP com outras obras de piano dessa fecunda compositora. Em 1999, o CD “Chiquinha Gonzaga por Clara Sverner” foi utilizado na minissérie da Rede Globo, intitulada “Chiquinha Gonzaga”. Sua discografia, que reflete sua estética apurada e seu espírito de vanguarda, consiste em mais de 29 títulos distribuídos internacionalmente.
Em sua parceria com o saxofonista Paulo Moura, aboliu fronteiras, abriu-se para outros universos sonoros, explorando um repertório que abrangia desde os clássicos da nossa música popular. Com Paulo, gravou quatro discos, sendo que o disco “Vou Vivendo” ganhou o Prêmio Villa-Lobos. Gravou a “Íntegra das Sonatas de Mozart”, onde o primeiro volume de “Mozart Por Clara Sverner” foi finalista do Prêmio TIM. O Vol. 2 ganhou o Prêmio TIM de Melhor Disco Clássico. O Vol. 3 foi indicado ao Grammy Latino. O disco “Chopin por Clara Sverner”, lançado em 2011, foi indicado ao Grammy Latino, na categoria de melhor álbum de música clássica."
Ouvir o álbum “12 Waltzes”