Cultura - Educação

Oito tendências que moldarão o futuro?

16 de Outubro de 2014

 

 Murilo Gun, empreendedor e humorista que utiliza a comédia para gerar conteúdo sobre liderança, carreira e criatividade, lista oito megatendências que moldarão o futuro da humanidade nos próximos anos. Gun acaba de voltar da Singularity University, escola de futurismo situada no NASA Research Park, no Vale do Silício, Estados Unidos, onde passou dez semanas – ao lado de outros 80 participantes de 30 países – estudando as tecnologias com mais potencial de crescimento exponencial, como a robótica, a inteligência artificial e a impressão 3D.

“De acordo com a Lei de Moore, estabelecida por Gordon Earl Moore em 1965, a cada 18 meses as tecnologias duplicam a performance e reduzem os custos operacionais pela metade. Isso porque as tecnologias existentes servem de base para criar os novos conhecimentos. A vantagem é o crescimento acelerado (1,2,4,8,16,32) ao invés do pensar linear (1,2,3,4,5,6), no qual o cérebro humano é acostumado”, explica Gun, ao comentar os resultados de seus estudos na Singularity University.

As oito tendências que moldarão os próximos anos, baseada na tecnologia de crescimento exponencial, são:

 

1. Tecnologia automotiva

Há quatro anos, o carro autônomo do Google dirige pelas ruas de alguns estados norte-americanos, sem registros de acidentes. Aliás, todas as grandes montadoras possuem projeto de veículo com direção assistida. “Demorou mais de 200 anos para concluirmos que o computador pilota melhor que os humanos e que dirigir é perda de tempo”, diz Gun. Ele conta que mais brevemente do que o cidadão comum imagina as ruas serão invadidas por carros autônomos, que se “autoconduzem”, equipados com controles de sistema de áudio, aplicativos por voz, navegação GPS e sensores e câmeras de alta resolução para facilitar a vida dos motoristas.

2. Chips subcutâneos

Poucas pessoas percebem as lentes de contato como uma tecnologia que é acoplada ao corpo humano, de forma meio que invisível, para potencializar um dos nossos sentidos. “Com a miniaturização dos chips, processo que reduz o tamanho dos materiais eletrônicos, será normal injetarmos esses dispositivos dentro do nosso corpo com o objetivo de potencializar as nossas habilidades, como a aquisição de novos conhecimentos e o controle de nossa saúde, por exemplo. E isso será tão comum como usar lentes de contato”.

3. Tradução em tempo real

Recentemente, a Microsoft fez uma demonstração do novo Skype que permite duas pessoas de idiomas diferentes se comunicarem em tempo real. Apesar de ainda existir atrasos na recepção do áudio e do vídeo na comunicação e outras falhas, não vai demorar para que esses problemas sejam superados. “A inteligência artificial permitirá às pessoas ter um chip implantando na orelha, por exemplo, que fará a tradução em tempo real de tudo que ouvem, em qualquer idioma”.

4. Fábrica pessoal

As impressoras 3D melhoram a performance e reduzem o preço em um ritmo exponencial. Em breve, esses equipamentos terão a mesma penetração no mercado de uma impressora normal e isso vai significar uma grande descentralização da fabricação de produtos. “Diversos objetos deixarão de ser produzidos em indústrias e transportados para os varejistas, pois os consumidores poderão baixar protótipos na internet e imprimi-los em casa”, diz Gun.

5. Criatividade humana versus automação

Muitos acham a criatividade um dom especial, que apenas algumas pessoas possuem. Mas, na verdade, essa é uma característica inata à espécie humana. Foi a criatividade que permitiu ao homem dominar animais maiores, mais fortes e mais velozes do que ele. “Com o crescimento exponencial da robótica e da inteligência artificial, toda atividade que envolver repetição e regras será facilmente substituível pela máquina. Por outro lado, as ocupações que necessitam de alto nível de criatividade e inteligência social serão bem mais complicadas de serem automatizadas”.

6. Energia infinita, sem fio e gratuita

O Deus Big Bang nos concedeu ar para respirarmos, água para bebermos, solo para vivermos, plantas para nos curarmos, animais para nossa alimentação e Sol para gerarmos energia. “Conseguimos fazer tudo isso com perfeição, exceto gerar a energia do Sol, mas isso é só uma questão de tempo”, afirma Gun. Ele considera que as tecnologias de absorção e de armazenamento estão crescendo em ritmo exponencial e em breve teremos acesso à energia gratuita, infinita e wireless.

7. Valorização do acesso ao invés da propriedade

Cada vez mais a propriedade de um CD ou DVD se torna menos importante, pois as pessoas têm acesso a filmes e músicas disponibilizados na internet. Com o passar do tempo, deixa de fazer sentido ter a posse de tudo, pois, em muitas ocasiões, o acesso já é o bastante. “Para produtos digitalizáveis, a exemplo de música, filmes, jogos e livros, a internet já permite um modelo de acesso instantâneo, sem transferência de propriedade. Em um futuro próximo, as plataformas de compartilhamento também viabilizarão o acesso a produtos não digitalizáveis, como, por exemplo, carros, brinquedos e outras ferramentas”, prevê.

8. Sequenciamento de DNA

Em 1990, o mundo conheceu o Projeto Genoma, esforço de 13 anos de pesquisas e investimentos de US$ 3 bilhões, para desvendar o código genético dos seres vivos. Em 2014, um único laboratório consegue processar 18 mil genomas por ano a um custo unitário de US$ 1 mil. “Ao sequenciar o DNA, a vida se torna um código fonte, ou seja, uma informação. Com isso, ela passa a ser programável e evolui num ritmo exponencial, como qualquer tecnologia”, argumenta Gun. Ele afirma que a biotecnologia, que é encontro da biologia com a tecnologia, provavelmente será a próxima grande revolução da humanidade.

 

 

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