Colunistas - Rodolfo Bonventti

A trilogia de Érico Veríssimo conquista o horário nobre da Globo, em 1985

14 de Setembro de 2021

Levar a extensa e impactante obra de Érico Veríssimo para a TV nunca foi uma missão fácil, mas a TV Globo marcou um gol, em 1985, ao exibir a minissérie “O Tempo e o Vento”, a primeira parte da trilogia do autor que retrata a formação do Estado do Rio Grande do Sul.

Exibida no horário das 22h30 e com 26 capítulos, “O Tempo e o Vento” reunia as histórias que compõem os dois volumes conhecidos como “O Continente” da extensa obra de Érico Veríssimo. Ali estavam na tela da TV Globo os personagens de Ana Terra, a maior figura feminina da história do estado gaúcho; o valente e audacioso Capitão Rodrigo e os descendentes da família Terra Cambará na defesa do seu sobrado e da perpetuação da família como esteio político da região.

A minissérie de Doc Comparato, Ricardo Linhares e da saudosa Regina Braga foi bastante fiel à obra de Érico Veríssimo e contou uma saga de 150 anos da família Terra Cambará, com uma direção perfeita do mestre Paulo José, aqui auxiliado por Wálter Campos e Denise Saraceni.

A estréia da minissérie marcou o início das comemorações dos 20 anos da emissora, e foi muito bem recebida pela crítica especializada, e teve maior apelo e audiência do público quando chegou a vez de contar a história do Capitão Rodrigo.

Uma novidade, a estréia de “O Tempo e o Vento” foi precedida por um especial, dois dias antes, dirigido por Jorge Bodanzky, e que contava detalhes da produção, da construção dos cenários e da criação dos figurinos para a minissérie, e que mostrava em detalhes a cidade cenográfica que a emissora construiu em Pedra de Guaratiba, no Rio de Janeiro. 

Com 60% das suas cenas em externas e com um elenco de mais de 100 atores, a minissérie foi uma superprodução da emissora e se transformou em uma das mais caras até hoje na história da nossa teledramaturgia.

Glória Pires como Ana Terra; Tarcísio Meira como o Capitão Rodrigo; Louise Cardoso, Lilian Lemmertz e Lélia Abramo como Bibiana jovem,madura e velha, respectivamente, a grande condutora de toda a trama, e Armando Bógus como Licurgo na fase final que se chama “O Sobrado”, foram os grandes destaques do numeroso elenco.

A trilha sonora foi outro espetáculo a parte, com músicas de Tom Jobim, Dori e Danilo Caymmi, com destaque para a canção “Passarim”, o tema de abertura da minissérie. Outra atração foi a utilização de aquarelas com temas gaúchos, criadas pelo artista plástico Glauco Rodrigues, na abertura de “O Tempo e o Vento”.

No grandioso elenco merecem destaque também: Lima Duarte (o general Rafael Bandeira); Aldo César (Maneco Terra); Mário Lago (Padre Lara); Gilberto Martinho (Coronel Ricardo Amaral); José de Abreu (Juvenal Terra); Breno Bonin (Bento Amaral jovem); Eloisa Mafalda (Arminda Terra); Ivan de Albuquerque (Pedro Terra); Cláudio Mamberti (Nicolau); Carla Camuratti (Teiniaguá); José Lewgoy (Bento Amaral velho); Edney Giovenazzi (Major Garça); Diogo Vilela (Florêncio Terra jovem); Bete Mendes (Valéria Terra); Paulo José (Alvarino Amaral); Renato Consorte (Padre Romano) e Oswaldo Louzada (Florêncio Terra velho).

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