Cultura - Teatro

“Naked Boys Singing!” retorna aos ensaios e estreia em outubro

21 de Setembro de 2021

Após duas estreias adiadas, o musical “Naked Boys Singing!” estreia no Teatro Sérgio Cardoso - Sala Paschoal Carlos Magno, em outubro de 2021

“Naked Boys Singing!” é um espetáculo de teatro musical, ícone da cultura gay, que estreou no Hollywood´s Celebration Teatre, em Los Angeles nos Estados Unidos, em 1998 e que posteriormente foi montado em New York, onde se tornou o segundo musical mais longevo off-Broadway. Foi produzido em mais de 20 países e desde a sua estreia sempre esteve em cartaz em algum lugar do mundo. Em 2020 o espetáculo estava em cartaz em Londres, mas teve que ser interrompido devido a pandemia do novo Corona Vírus. No próximo dia 15 de setembro o musical estreia em Las Vegas (EUA).

No Brasil, com uma nova montagem, com atores e equipe de artistas criativos brasileiros, versões em português. Foi contemplado no PROAC INCENTIVO AO DESENVOLVIMENTO DA CULTURA POPULAR, TRADICIONAL, URBANA, NEGRA, INDÍGENA E LGBTQIA+ e cumprirá temporada de três meses no Teatro Sérgio Cardoso – Sala Paschoal Carlos Magno, em São Paulo.

“Naked Boys Singing!” é um espetáculo com músicas pujantes, tocadas ao vivo por um ator/pianista e defendido com energia e vitalidade por dez atores/cantores/bailarinos, além de uma equipe criativa com nove artistas. O espetáculo é divido por 15 atos musicados, que abordarão temas distintos relacionados ao corpo masculino, do cômico nonsense ao drama.

Segundo o diretor Rodrigo Alfer, a pele exposta em 2021 no musical terá um significado mais amplo e poético, principalmente pelo momento de pandemia em que fomos obrigados a nos cobrir, e temermos o corpo e contato com o outro. O musical além de libertador será uma celebração a vida.  

O Musical

“Naked Boys Singing!” possui a estrutura de um gênero que surgiu na França no século XV, o Vaudeville, nele artistas se apresentavam através de números musicais, de dança, acrobacias, mágicas, atletas, grupos ciganos e números com animais. No seu início os espetáculos eram apenas dirigidos para homens, pois seus números eram considerados grosseiros e chulos. No século XIX nos EUA e Canadá ganhou contornos de comédia ligeira e foi a principal forma de entretenimento da classe média burguesa tornando-se uma diversão para toda a família. No Brasil houve uma junção entre os termos que pode ser encontrada como opereta, variedade e teatro de revista. 

Diferente de seu intuito inicial, que era somente entreter a burguesia, “Naked Boys Singing!” joga luz em temas como, circuncisão, masturbação, HIV, ereção involuntária, corpo padrão, gordofobia, pornografia e outras surpresas, além é claro de falar de amor. 

O nu masculino na arte

Na história da arte figurativa, o nu existe desde os primórdios, foi praticado em diversas culturas como egípcias e assírias. Ao buscar um recorte em nossa cultura ocidental para o corpo masculino, é possível encontrarmos a forma de como foi retratado. Na Grécia antiga, berço de nossa civilização, esteve presente tanto nas artes quanto na mitologia, onde encontramos seres com figurações masculinas e fálicas, como é caso do deus Príapo. 

Com o passar do tempo o corpo nu masculino entrou para os estudos de anatomia, onde se fortaleceram nas instituições de arte e deixaram de ser algo provocativo, sendo retomado nos anos sessenta através de performances artísticas. 

No Brasil, espetáculo musical americano HAIR, que em 1969 esteve em cartaz na cidade de São Paulo, com atores hoje consagrados como Ney Latorraca, Antônio Fagundes e Sonia Braga, é considerado o primeiro espetáculo teatral com nu frontal coletivo, seguido por espetáculos do Teatro Oficina e por Raul Cortez que verdadeiramente fez o primeiro nu frontal masculino do teatro brasileiro, no celebrado espetáculo “O Balcão’ de Jean Genet”.

Após esse período, o nu, principalmente o masculino foi perdendo a sua força no que se diz respeito ao seu uso nas artes, e praticamente se tornou um tabu. Diferente do corpo feminino que sobreviveu, mas a serventia de um mundo patriarcal e machista. 

Muito se fala da nudez gratuita ou de sua conotação mercadológica para se vender ingressos. Também se é dito que o nu ficou no passado e que ninguém mais se interessa. Com o advento da internet e da pornografia a mão de quem quiser, o nu foi atrelado a uma categoria menor, colocado num nível abaixo até mesmo por artistas. 

FICHA TÉCNICA

  • Idealização: Robert Schrock

  • Direção: Rodrigo Alfer 

  • Assistente de Direção: Manu Littiéry

  • Direção Musical: Ettore Veríssimo

  • Direção Coreográfica: Alex Martins

  • Preparação de Elenco: Érika Altimayer

  • Cenário e Figurino: Daniele Desierrê

  • Desenho de Luz: Gabriela Araújo

  • Desenho de Som: André Omote

  • Copista: Rafael Gamboa

  • Produção e Cenotecnia: Alexandre de Marco

  • Produção: Cícero de Andrade

  • Produção Bacana Produção Artísticas & Mosaico Produções

  • Comunicação Visual: Alexandre Furtado

Elenco: André Lau, Aquiles, João Hespanholeto, Luan Carvalho, Lucas Cordeiro, Raphael Mota, Ruan Rairo, Silvano Vieira, Victor Barreto, Tiago Prates e Gabriel Fabri – Pianista.

SERVIÇO:

“Naked Boys Singing!”

Temporada de 16 de outubro à 19 de dezembro 

Sábados às 19h e Domingos às 20h

Sala Carlos Paschoal Magno – Teatro Sérgio Cardoso - R. Rui Barbosa, 153 - Bela Vista, São Paulo/SP.

Ingressos R$ 40,00 (Inteira) e R$ 20,00 (Meia)

(Data de abertura das vendas a confirmar) 

O musical seguirá todas as normas sanitárias específicas para a pandemia do Estado de São Paulo. 

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